O Ministério Público de São Paulo acaba de divulgar uma nota oficial da operação que resultou na prisão de três investigadores da Polícia Civil de Rio Claro. No texto são informados os crimes cometidos e o processo de investigação, porém os nomes dos policiais não foram divulgados para a imprensa.

Nota Oficial Ministério Público

Na manhã desta quarta-feira (13/12), foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo e pela Corregedoria da Polícia Civil a Operação Abutre. O objetivo foi cumprir mandados de busca e apreensão domiciliar e de prisão contra alguns policiais civis lotados na cidade de Rio Claro. Eles vinham sendo investigados pela prática do crime de extorsão qualificada.

As investigações tiveram início após o recebimento de notícias de que alguns policiais civis de Rio Claro, após privar de liberdade três pessoas, haviam exigido e recebido dinheiro de uma delas, sob a ameaça de que, se a vítima não repassasse os recursos, eles iriam “arrumar para a cabeça dela”. Segundo as informações iniciais, após receber cerca de R$ 15 mil em dinheiro, os policiais, não satisfeitos, queriam receber mais, passando a pressionar e atemorizar a vítima e seus familiares.

Durante as investigações, foram coletadas diversas provas dos fatos, destacando-se imagens filmadas por câmeras de monitoramento, comprovantes de saques bancários e depoimentos testemunhais.

De posse destes elementos de prova, o Juízo da 3ª Vara Criminal de Rio Claro decretou a prisão preventiva de três dos quatro policiais investigados, bem como autorizou as buscas e apreensões nas residências e locais de trabalho de todos eles. Durante as buscas foram apreendidos R$ 16,5 mil em dinheiro, vários extratos de movimentação financeira, comprovantes de depósitos e investimentos em nome de terceiros, com valores ultrapassando a marca de R$ 300 mil. Além disso, foram localizados documentos de propriedade de veículos diversos, entre eles uma Mercedes-Benz C 180, diversos objetos de valor como relógios, um drone e contratos e escrituras públicas de compra e venda de imóveis. Em poder de um dos investigados foram encontradas diversas munições de arma de fogo. Houve também a apreensão de 39 porções de maconha, embaladas individualmente.

Em poder de dois investigados foi encontrado arquivo digital com cópia integral do procedimento judicial que resultou na decretação de prisão preventiva e de buscas e apreensões realizadas em Rio Claro há alguns dias, no âmbito da Operação Fumaça. Além disso, o veículo Mercedes-Benz C 180 foi adquirido por um dos investigados e se encontra no estabelecimento comercial de Cristiano Sorano, que foi preso em razão da mesma operação.

Os trabalhos de apuração e de adoção de medidas judiciais decorrentes da operação realizada nesta quarta-feira ainda prosseguem.

Todo o trabalho investigativo e de cumprimento dos mandados foi feito em conjunto pelo Ministério Público e pela Corregedoria da Polícia Civil de Piracicaba.

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