Favari Filho

As manifestações que tiveram início a partir do descontentamento de uma parcela significativa da população, devido ao desgoverno e a corrupção no Brasil nos últimos anos contém muitas bandeiras. O brasileiro parece estar saindo da condição de coadjuvante e assumindo uma relação de protagonismo na política. Entre as muitas flâmulas empunhadas nos dois atos ocorridos (15/03 e 12/04) – que somaram mais de três milhões de pessoas – figurava uma em especial: o impedimento de Dilma Rousseff.

O assunto tem sido muito discutido em esfera nacional, porém não é uma atitude nova porque desde a derrubada de Collor, o País contabiliza, até o momento, 70 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados. No governo de FHC foram 17, no de Lula, 34 e, no atual governo, já são 19. O pedido pode ser feito por qualquer pessoa, contudo precisa ser avaliado pelo presidente da Câmara.

A lei do impeachment foi sancionada em 1950, pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, e, atualmente, uma dúvida paira sobre os juristas no que diz respeito aos pedidos realizados depois da aprovação da lei da reeleição. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse durante a semana que vai arquivar os pedidos contra a presidente Dilma Rousseff que chegarem na Casa por não acreditar que seja a solução. O Jornal Cidade ouviu lideranças políticas da cidade acerca do tema.

Deputado Aldo Demarchi

A vontade do povo na democracia tem que valer tanto na hora de eleger quanto na hora de destituir. Porém, precisa haver embasamento jurídico com provas e, caso haja, os deputados têm de tomar as atitudes para o impeachment.

Vereador Juninho da Padaria

O impeachment é um direito constitucional, mas é preciso cautela para a tomada dessa medida. Diante da atual conjuntura, com todos os casos de corrupção, se houver embasamento acredito que seja justo, mas é preciso esperar.

Vereador Paulo Guedes

Creio que novos fatos que fundamentam o impeachment virão à tona. Claro que o processo traz perda e é ruim para a democracia, contudo é resultado de um governo desestabilizado que não merece estar no comando.

Vereadora Raquel Picelli

Não há legalidade. A presidente foi eleita legitimamente pela segunda vez e não existem motivos para o impeachment. É preciso ressaltar que nunca houve tanta investigação e isso significa um avanço para a politica e para o País.

Vereador João Zaine

Toda manifestação é legitima, o que não se pode é confundir as coisas. Se houver motivos legais – e por enquanto não tem – um processo de impeachment é aberto, agora sem provas não há possibilidades de ir contra as instituições.

Prefeito Du Altimari

Não há nada que justifique o impeachment de Dilma Russeff. São sete eleições presidenciais, ou seja, o maior período democrático brasileiro. As manifestações são legítimas e a luta contra a corrupção tem de ser feita sempre.

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