Murillo Pompermayer

Milhares de idosos, sobretudo, são vítimas da Doença de Alzheimer. Porém, muitas vezes os sintomas não são perceptíveis aos familiares e podem até ser confundidos, especialmente no início. José Luiz Andrade perdeu a mãe em 2005 após anos de luta contra o Mal de Alzheimer. Segundo ele, o diagnóstico inicial foi de uma esclerose violenta, mas que já caracterizava o Alzheimer. De acordo com Andrade, a doença começou a se manifestar entre 1985 e 1987. “Esquecimento, confusão mental em que trocava coisas simples, dúvidas triviais e uma teimosia ímpar, além do não atendimento a nenhuma solicitação”, enumera.

Andrade relembra que, no ano de 1995, sua mãe ficou acamada e não mais saiu até 2005. Doutor Fabricio Buchdid Cardoso, neurologista, salienta que muitas vezes a distinção da doença na fase inicial se torna muito difícil, uma vez que os sintomas são tênues e podem apresentar flutuações com períodos de melhora. Entretanto, assegura que os sintomas, como confusão leve quanto ao período de tempo, desorientação espacial, dificuldade de localização em locais previamente conhecidos e falhas na lembrança dos nomes de familiares ou pessoas próximas, podem ser indicativos de anormalidades.

“Qualquer alteração das funções cognitivas pode ocasionar prejuízos na rotina do indivíduo. A doença em sua fase inicial pode ser facilmente mascarada, uma vez que o paciente utiliza outros recursos cerebrais para compensar uma possível perda”, expõe. O neurologista diz que qualquer alteração sutil observada por familiares, como dificuldade para lembrar onde foram guardados determinados objetos, mesmos questionamentos repetidos inúmeras vezes ou dificuldades ao manejar as finanças, são exemplos de alterações do domínio cognitivo e devem ser avaliados por um profissional.

À medida que a doença progride, Cardoso afiança que atividades rotineiras que requerem etapas sequenciais, como cozinhar, podem se tornar desafiadoras. Ele avaliza que medicamentos para doença e estratégias de gestão podem melhorar os sintomas temporariamente. “Isso, às vezes, pode ajudar as pessoas a maximizarem a função e manterem a independência por um tempo mais longo. Mas, porque não há nenhuma cura para a doença, é importante procurar serviços de apoio”, orienta.

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