Lucas Calore

A Saúde de Rio Claro está há 17 anos sem registrar transmissões verticais do HIV de gestantes para os bebês. A marca histórica foi revelada pelo SEPA – Serviço Especializado de Prevenção e Assistência. No período, 132 gestantes com o vírus foram acompanhadas por tratamento.

Entenda

Neide Outeiro Pinto, responsável pelo órgão ligado à Fundação Municipal de Saúde, explica que a mãe, tendo o vírus, transmite para a criança. “São quatro fontes transmissíveis: sexual, sanguínea, aleitamento e fluídos orgânicos. Toda gestante que passa na rede pública realiza o exame de HIV, Sífilis, Hepatites B e C, doenças que podem ser transmitidas para o feto. Registrando alguma alteração quanto ao HIV, a gestante é encaminhada para nós. Aqui, ela começa a receber a medicação (coquetel) após a 12ª semana de gestação. A mãe toma essa medicação durante todo o processo de gravidez, até a hora do parto”, detalha.

A equipe médica aplica na mãe a medicação chamada Zidovudina horas antes que a criança nasça. “Supondo que é um parto normal e a criança já chega praticamente nascendo na maternidade, a dose acaba sendo aplicada no cordão umbilical. A chamamos de ‘dose de ataque’ para o momento do parto”, explica Neide. A criança, após o nascimento, também passa a tomar o coquetel direcionado aos portadores de HIV. “O bebê toma por seis semanas a medicação em xarope”, diz.

Aleitamento

Um detalhe, no entanto, é primordial para a eficácia do tratamento: a mãe não poderá amamentar o filho. “Disponibilizamos por seis meses uma fórmula láctea que substitui o leite materno. A mãe não poderá nunca amamentar, é um ponto muito importante, pois a transmissão do vírus HIV se dá pelo leite da mãe”, afirma.

Todo o trabalho com as gestantes envolve, além da equipe médica, a assistência social, psicologia, entre outros. “Vemos muita campanha de aleitamento materno, mas aqui temos que fazer o inverso. Cada profissional trabalha junto à mãe para que ela esteja consciente de que não poderá amamentar com o próprio leite”, finaliza.

Vacinas

A criança exposta ao HIV também não tomará as vacinas de praxe, mas sim outras especiais junto à Vigilância Epidemiológica. Já a mãe prossegue com o tratamento habitual direcionado aos portadores do vírus também no SEPA.

Faça o teste

Para agendar o teste gratuito de HIV no SEPA basta ligar no telefone 3533-3350.

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