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Caminhoneiros de todo o país estão se mobilizando para iniciar uma greve
nacional na próxima segunda-feira, 21 de maio. O descontentamento dos
transportadores se dá principalmente pelos seguidos aumentos do valor do
diesel, que hoje atingiu seu valor mais alto.
A Petrobras divulgou um novo aumento do valor do combustível, passando de
R$ 2,3302 o litro para R$ 2,3488 nas renarias.
O valor do diesel subiu 12,5%
apenas em maio. Nos 19 dias do mês a Petrobras anunciou 13 alterações de
valor dos combustíveis derivados do petróleo, sendo nove altas. O valor nos
postos está chegando ao R$ 4,00 por litro.

O anúncio da greve geral foi feito nesta semana pela Abcam, e os
caminhoneiros aguardavam uma resposta do governo federal até ontem.
Como não houve movimentação por parte do governo, os caminhoneiros irão
parar a partir de segunda.
Os caminhoneiros de todo o país, principalmente autônomos, sentem que não
há outra solução para o transporte. O valor do combustível esmaga o
faturamento, e não sobra quase nada. Se o caminhão precisar de manutenção
durante uma viagem, o prejuízo está garantido. Desta forma, o caminhão do
transportador autônomo vai cando
cada vez mais sucateado, aumentando
custos com manutenção e os prejuízos em cada viagem.

Conversamos com muitos caminhoneiros, principalmente autônomos, que
disseram que irão apoiar a greve, parando seus caminhões em postos de
combustíveis, onde houver bloqueios de rodovias ou nem saindo de casa.
Caminhoneiros empregados devem trabalhar normalmente, mas se houver
bloqueios, irão parar, respeitando o movimento grevista.
De acordo com os motoristas consultados, a greve precisa ocorrer, e os
motoristas não devem encerrar os protestos antes das reivindicações serem
atendidas. Em outras greves recentes o governo prometeu uma série de
melhorias para o transporte. Na última grande greve, em 2015, o governo
realizou reuniões com lideranças dos caminhoneiros, e os movimentos de
greve foram encerrados, mas após isso não houve nenhuma melhora para o
setor de transportes.
Outro ponto reclamado pelos caminhoneiros é a falta de uma liderança geral
para entidades que representam os caminhoneiros autônomos. De acordo
com eles, os caminhoneiros autônomos tem muita força e podem fazer muita
diferença, mas não há união entre as entidades.
Na próxima segunda-feira, em pelo menos quatro estados há paralisações
programadas. Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais deverão ter
movimentos grevistas em diversas cidades. Caminhoneiros de outros estados
também deverão se juntar ao movimento.

A Abcam tem duas reivindicações principais para o movimento, que deve ser
iniciado na segunda-feira, as seis horas da manhã.
a redução da carga tributária incidente sobre operações com óleo
diesel a 0 (zero), sendo elas as alíquotas da contribuição para
PIS/PASEP – e Conns
– incidentes sobre a receita bruta de venda no
mercado interno de óleo diesel a ser utilizado pelo transportador
autônomo de cargas.
e torne isentas da contribuição de intervenção no domínio
econômico — cide, incidente sobre a receita bruta de venda no
mercado interno de óleo diesel a ser utilizado pelo transportador
autônomo de cargas.
A entidade pede que os caminhoneiros façam os protestos de forma pacíca,
em postos de combustível ou em casa, sem bloqueio de rodovias, para não
prejudicar o direito de ir e vir de outros condutores. A Abcam ainda informa
que não apoia atos de violência, agressões, barricadas em rodovias ou
depredação de patrimônio público.
Além dos caminhoneiros autônomos, outros grupos de caminhoneiros devem
participar dos movimentos, e o protesto deverá ser forte durante toda a
semana em muitos pontos do Brasil.

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