Pavilhão Bettin fica situado no interior da Santa Casa de Rio Claro. Gestante foi atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

Carine Corrêa

Pavilhão Bettin fica situado no interior da Santa Casa de Rio Claro. Gestante foi atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
Pavilhão Bettin fica situado no interior da Santa Casa de Rio Claro. Gestante foi atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS)

Isabele seria a primeira filha do casal Wellington Pedro da Costa e Regiane Maria Petronilho. No entanto, o bebê morreu ainda na barriga de Regiane nessa terça-feira (5) na maternidade Bettin, da Santa Casa de Rio Claro.

Wellington detalha que a história teve início na segunda-feira (4), quando Regiane procurou o hospital com fortes dores na barriga. “Ela estava com 41 semanas de gestação. Com as dores, nossa intenção era que ela já fosse internada para iniciar os procedimentos do parto”, diz o homem muito abalado. O irmão de Regiane, Márcio Jesus, disse que o hospital havia informado que não teria mais vagas para cesárea naquele dia. “Ela foi orientada a voltar para casa”, acrescentou.

No dia seguinte, o marido de Regiane explica que retornaram para a unidade médica logo cedo, às 6h. “Às 7h, minha esposa ainda sentia o bebê em seu útero”, diz.

Por volta das 10h, a gestante passou por procedimentos cirúrgicos para a retirada do bebê, que já estava sem vida. “Estamos acusando o médico de negligência porque poderia ter dado início ao procedimento do parto logo na segunda, quando procuramos o hospital. Além disso, também não nos informaram o motivo da morte do bebê. Ninguém nos procurou para informar a verdadeira causa da morte de Isabele”, frisa Wellington.

O pai da criança ainda diz que procurou a Polícia Civil na mesma data, para registrar um boletim de ocorrência. “O delegado não fez o boletim e ainda disse que eu teria que procurar o Conselho Regional de Medicina de Piracicaba”, se queixou. Regiane Petronilho deve receber alta da maternidade nesta quinta (7).

Procedimento foi realizado conforme protocolo, diz FMS

Em relação ao episódio, a Fundação Municipal de Saúde foi consultada e informou que “todos os procedimentos médicos e científicos estabelecidos em protocolos de medicina internacionais foram adotados no acompanhamento dessa gestante, aliás, medidas que já se tornaram padrão neste atendimento”.

O irmão de Regiane, Márcio Jesus, afirma que o hospital havia informado que não teriam mais vagas para cesárea no dia em que sua irmã procurou a unidade, com fortes contrações. “A Santa Casa de Misericórdia informa que não há falta de vagas para a realização desse procedimento”, afirma o hospital, via assessoria de imprensa. “As outras informações devem ser apuradas na Fundação Municipal de Saúde, já que o médico responsável pelo atendimento responde à Fundação”, completou.

O pai da criança, Wellington Pedro da Costa, explicou que tentou registro policial para conseguir laudo da morte de Isabele através do exame necroscópico. “Poderiam ao menos ter nos orientado melhor. Nesse caso, não sabemos como proceder. A impressão é que esse é mais um caso entre muitos outros que acontecem por aí”, comenta o homem. O delegado seccional de Rio Claro, Álvaro Santucci Noventa Júnior que responde pela chefia da Polícia Civil foi procurado, mas não se posicionou até o fechamento desta edição.

Wellington ainda diz que sua esposa está muito abalada com a perda de Isabele. “A mim, resta consolar minha mulher e tentarmos uma próxima vez ter outro filho, que não substituirá essa dor”, conclui.

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