
O número de adeptos de religiões afro-brasileiras, como umbanda e candomblé, no Brasil, deu um salto e mais que triplicou em dez anos. Foto: Fernando Brazão/Agência Brasil
A cidade de Rio Claro ainda se mantém em maioria católica, segundo os dados divulgados pelo IBGE no Censo 2022
Os dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nessa sexta-feira (6) revelam uma significativa mudança no perfil religioso da população de Rio Claro. Entre 2010 e 2022, o catolicismo em Rio Claro caiu em termos relativos na cidade. Já os evangélicos cresceram no mesmo período.
Com uma população de 201.418 habitantes quando o Censo 2022 foi realizado, o município acompanha uma tendência nacional de redução da hegemonia católica e crescimento das denominações evangélicas, ao mesmo tempo em que cresce o número de pessoas que se declaram sem religião.
A Igreja Católica Apostólica Romana, historicamente dominante na cidade, ainda representa o maior grupo religioso, com 50,46% da população. No entanto, o dado evidencia uma queda em comparação com o Censo 2010, quando os católicos representavam mais de 58% da população local, segundo levantamento realizado pelo Jornal Cidade com os dados do IBGE naquele ano.
Enquanto isso, os evangélicos apresentaram avanço, saltando de cerca de 28% em 2010 para quase 32% em 2022. O crescimento reflete a expansão das igrejas cristãs que vêm ganhando força não apenas no campo espiritual, mas também no cenário político da cidade.
Outro dado relevante é o aumento do número de pessoas que se declararam sem religião, que passou de 5,81% para 8,17%, um crescimento que acompanha o perfil de outras cidades médias do Brasil.
Embora ainda representem uma parcela pequena da população, as religiões de matriz africana — Umbanda e Candomblé — apresentaram um crescimento em Rio Claro entre os Censos de 2010 e 2022. Segundo os dados do IBGE, a participação desses grupos religiosos passou de 0,58% da população em 2010 para 1,01% em 2022.
Os adeptos do Espiritismo apresentaram uma leve queda proporcional. Segundo os dados do Censo 2022, 2,07% da população se declarou espírita, ante 2,31% em 2010. As tradições indígenas, embora numericamente pequenas, mantêm seu registro, com 0,02% da população se identificando com práticas ancestrais.
BRASIL
De 2010 a 2022, de acordo com os dados do Censo Demográfico, houve redução do percentual de católicos apostólicos romanos (56,7%) e aumento de evangélicos (26,9%) e sem religião (9,3%). Em 2010, os católicos eram 65,1% da população de 10 anos ou mais, os evangélicos, 21,6%, enquanto os sem religião correspondiam a 7,9% dos declarantes.
Também houve aumento nas religiões de umbanda e candomblé (de 0,3 % em 2010 para 1,0%, em 2022) e outras religiosidades (de 2,7% para 4,0%). Houve pequeno declínio na religião espírita (de 2,2% para 1,8%). As religiosidades de tradições indígenas representaram 0,1% das declarações.