O governador de São Paulo, João Doria, decidiu prorrogar a quarentena em SP até o dia 22.
Os médicos e cientistas envolvidos nas discussões sobre a prorrogação da quarentena no estado e na capital de São Paulo recomendaram a ele a prorrogação da quarentena por um período de mais 15 dias.
Alguns especialistas chegaram a sugerir até 30 dias -neste caso, ela só terminaria no fim de abril. Mas a opinião que deve prevalecer, no momento, é a de mais uma quinzena de isolamento social.
Os números da saúde já são dramáticos: cem cidades de SP registram casos de Covid-19.
As mortes subiram 180% em uma semana.
O total de vítimas da doença em três meses chega a 275 -perto do total de pessoas (297) que foram a óbito por causa de gripe em todo o ano de 2019.
As internações de pacientes com a confirmação da doença em leitos de UTI explodiram, de 33 para 525 -um aumento de 1.500%.
“Para tentar conter o avanço dos casos, que já está lotando hospitais -somente no Hospital das Clínicas da FMUSP são 220 pacientes suspeitos ou confirmados, dos quais 110 internados em UTI -, o Governo do Estado determinou a prorrogação da quarentena por mais 15 dias em todo o Estado de São Paulo. Assim, a recomendação é que as pessoas fiquem em casa”, diz nota do governo.
Conforme projeção do Instituto Butantan, centro de pesquisas biomédicas vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, a prorrogação da quarentena pode evitar 166 mil óbitos no Estado, além de 630 mil hospitalizações e 168 mil internações em leitos de terapia intensiva.
O governo diz ainda que a prorrogação da quarentena é importante para que “o Estado de São Paulo organize sua rede assistencial para atender aos doentes. Já foram ativados 1.524 novos leitos de UTI, em hospitais estaduais, municipais e filantrópicos. Além disso, o governo estadual prepara a implantação de um hospital de campanha, no Complexo Esportivo Ibirapuera” .
Os serviços considerados essenciais continuam em funcionamento, como ocorreu nos primeiros 15 dias da quarentena.
A decisão segue orientação da (OMS) Organização Mundial da Saúde, da Opas (Organização Pan-americana de Saúde), do Ministério da Saúde e do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, formado por 12 especialistas, entre epidemiologistas, cientistas, pesquisadores, infectologistas e virologistas, liderado pelo médico David Uip.
O número de casos de coronavírus no Estado desde 26 de fevereiro chega a 4.620. Ao todo, mais de 400 hospitais, entre públicos e privados, notificaram casos suspeitos de coronavírus.​
Doria e Bruno Covas sofriam pressão de empresários e comerciantes para flexibilizar as meidas de isolamento social, evitando um estrago maior na economia.
Há médicos ligados às discussões, no entanto, que defendiam que a quarentena seja mais radical, de 30 dias.
Os que defendiam essa ideia acreditavam que seria melhor anunciar algo mais radical nesta segunda (6), e depois flexibilizar os prazos, se a curva de contaminação melhorar. Ou prorrogar a quarentena para maio, se ela explodir.
Há um outro grupo que acredita que uma quarentena de mais 15 dias poderia ser suficiente, sendo prorrogada posteriormente se necessário.
No fim de semana, Doria sinalizou que não pretende suavizar a quarentena ao anular decreto que permitia o trabalho interno de escritórios de advocacia e contabilidade.

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