Paciente faz teste para controle de diabetes. Em Rio Claro faltam seringas e fitas na rede pública de saúde (foto Agência Brasil)

Ednéia Silva

Desde julho os pacientes com diabetes vêm encontrando dificuldades em conseguir as seringas e agulhas para aplicação de insulina na rede pública de saúde. O material está em falta, o que obriga os pacientes a comprar os produtos para não interromper o tratamento. Agora, o problema volta a acontecer. Usuários reclamam que as seringas estão novamente em falta na rede.

Quem denuncia é a munícipe Elida Rosangela da Silva Pertinari, que fala em nome da mãe Maria de Lourdes Tipoli Gomes, que tem diabetes. Ela usa duas seringas por dia e há mais de dois meses está comprando o material porque o mesmo está em falta na rede pública de saúde. Elida conta que a mãe é aposentada, ganha salário mínimo e não tem condições de comprar as seringas e também os medicamentos em falta, como é o caso do Omeprazol, que não conseguiu retirar no posto porque não havia.

Paciente faz teste para controle de diabetes. Em Rio Claro faltam seringas e fitas na rede pública de saúde (foto Agência Brasil)
Paciente faz teste para controle de diabetes. Em Rio Claro faltam seringas e fitas na rede pública de saúde (foto Agência Brasil)

“É revoltante, a gente precisa ficar implorando. Minha mãe tentou reaproveitar as seringas, mas não dá. Ninguém faz nada e o problema já dura mais de dois meses”, declara.

Questionada, a Fundação de Saúde informou que “estoques de seringas e fitas estão devidamente supridos na Fundação Municipal de Saúde. Esses itens são repostos à medida que a unidade de saúde solicita. Já foi feita solicitação de compra do Omeprazol”.

Vale lembrar que a responsabilidade pelo fornecimento da medicação é dividida entre os governos municipal, estadual e federal. Para usuários com diabetes e que fazem uso de insulina, o Ministério da Saúde financia as insulinas dos tipos NHP e regular. Os municípios e os estados são responsáveis pela compra e fornecimento dos insumos necessários para a monitorização da glicemia e aplicação da insulina, como lancetas, fitas e seringas com agulha.

AÇÃO CIVIL

A falta de medicamentos na rede pública de saúde foi parar no Ministério Público. O promotor André Vitor de Freitas entrou com ação civil pública contra a Fundação de Saúde de Rio Claro e o Governo do Estado de São Paulo requerendo o fornecimento do medicamento Omalizumabe (Xolair) para Jesuína Linguanotti da Silva, portadora de asma. A ação foi impetrada em 26 de outubro. O pedido foi acatado pelo juiz no dia 27. O magistrado concedeu liminar (mandado de segurança) em favor da requerente, determinando o fornecimento do remédio. A Fundação de Saúde foi notificada sobre a decisão nessa quarta (4).

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