A iniciativa tem como foco os motociclistas, principalmente homens até 24 anos, mostrando com dados que acelerar pode ter consequências graves
“Imagine que você vem dirigindo sua moto a 50 km/h e algo inesperado acontece. Agora, imagine que estivesse a 60 km/h”, diz o texto, interrompido pelo som da batida. “10 km acima do limite. A diferença entre a vida e a tragédia.”
Assim é conduzido o roteiro da nova campanha do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), “Não corra. A velocidade não perdoa”, lançada para combater o excesso de velocidade.
Em 2024, o Estado registrou 2.630 mortes no trânsito envolvendo motociclistas, aumento de 12% em relação a 2023. A campanha, desenvolvida em parceria com a Iniciativa Bloomberg para a Segurança Viária Global (BIGRS) e a Vital Strategies, tem como foco mudar comportamentos de risco.
O filme principal, spots de rádio e anúncios trazem Bruno Santos, motociclista que sobreviveu a um acidente: “Você está tendo a chance de aprender isso neste vídeo. Eu aprendi aqui, nesta rua”, diz ele de sua cadeira de rodas.
Motociclistas representam 43% das vítimas fatais no trânsito, a maioria homens até 24 anos.
“Esta campanha é para provocar mudança real de comportamento, mostrando que acelerar tem consequências irreversíveis”, afirma Roberta Mantovani, diretora de Segurança Viária do Detran-SP. Os testes com o público-alvo mostraram que, embora os motociclistas conheçam os riscos, muitos se sentem pressionados por motivos financeiros e pela busca de adrenalina. A campanha busca desconstruir essa ideia, destacando a dor de ferir alguém e o impacto nas famílias
Além da tragédia humana, o impacto econômico é severo: estima-se que os sinistros de trânsito na cidade de São Paulo, sozinhos, geraram uma perda de produtividade superior a R$ 3,3 milhões em 2024.
A campanha será veiculada por quatro semanas, com avaliação final do impacto para salvar vidas.