Uma verdadeira corrente de solidariedade iniciada por um casal de comerciantes mudou a história de um rio-clarense neste fim de ano.

Adriano Cannizzo, hoje com 39 anos, passou grande parte da infância, toda a adolescência e início da vida adulta morando na Itália. Ele foi para fora do Brasil após ser abandonado pela mãe biológica em um orfanato em Jundiaí e ser adotado por uma família que vivia no país. Por lá os anos passaram mas a lembrança e a vontade de rever a mãe verdadeira eram maior. Foi quando resolveu largar tudo e voltar para esse reencontro. Porém, pela segunda vez, depois de muitos de muitos anos, foi rejeitado por ela novamente.

O duro golpe fez com que ele decidisse viver sozinho pelas ruas de Rio Claro. Como companheira, uma caixa de papelão onde a noite entrava, fazia de casa e dormia. Seu endereço por um bom tempo foi a Rua 3 na área central da cidade. Durante o dia tinha o hábito de ir até o a vitrina de uma loja e ficar olhando uma TV com anúncios, fato esse que chamou a atenção dos proprietários do local: “Eu e minha esposa víamos ele todo dia parado em frente a loja e aquela cena nos tocou. Até que depois de um tempo resolvemos tentar uma primeira conversa. Descobrimos tudo sobre ele, o orfanato, a vida na Itália, a rejeição”, conta o comerciante Gustavo Moura.

Sensibilizados, os donos do comércio chamaram Adriano um dia para sair e comer um lanche: “Fomos em uma lanchonete e passamos horas conversando. Eu, meu marido, meu filho, um casal de amigos e ele. Na hora de irmos embora entramos no carro e o deixamos na Rua 3, na rua, local que ele morava. Saí de lá chorando porque meu filho disse que sempre te tínhamos saído com algum colega era normal deixarmos em casa e no caso do Adriano ele não tinha. Naquele momento tomamos a decisão que iríamos mudar isso”, relembra a comerciante Raquel Branco de Moura.

Com o apoio de amigos, o casal conseguiu alugar uma casa, mobiliou e entregou a Adriano que ganhou mais que um lar, ganhou uma nova família. Ele ainda reencontrou alguns parentes por parte de pai que o acolheram. Na última quinta (13), a festa de inauguração com ares de Natal antecipado foi regada a muita emoção, descontração e gratidão.

Adriano estava encantado: recebeu presentes e afeto. O sorriso estava estampado no rosto e apesar de poucas palavras disse o essencial a todos os presentes: “Obrigado por tudo”.

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