LUCAS ALONSO – BAURU, SP (FOLHAPRESS)

Um casal, nu, bate na porta de uma casa e pergunta pelo filho pré-adolescente da moradora. “Estamos aqui porque seu filho acabou de nos procurar para nos ver online”, diz a visitante, usando nada além de um colar.

“Normalmente, nos apresentamos para adultos, mas seu filho é apenas uma criança. Ele pode não saber como os relacionamentos realmente funcionam”, diz a mulher depois de explicar como o garoto usou o computador, o tablet, o videogame e até o celular da própria mãe para acessar pornografia. “[Nos vídeos] nós nem sequer falamos sobre consentimento, vamos direto ao ponto.”

A mãe respira fundo, reflete por alguns segundos e propõe ao filho uma conversa franca sobre as diferenças entre o que ele vê na internet e os relacionamentos na vida real.

A cena faz parte de uma campanha do governo da Nova Zelândia para ajudar os pais a lidarem com os perigos aos quais as crianças estão expostas na internet.

Além do vídeo sobre pornografia, visto mais de dois milhões de vezes no YouTube, a campanha “Keep It Real Online” também produziu peças sobre bullying, perfis falsos e conteúdos inapropriados para crianças.

“Existem muitos benefícios para crianças e jovens na internet, mas eles também podem ser alvos de crime e exploração”, afirma o texto no site da campanha.

“É importante educar as crianças e ajudá-las a desenvolver habilidades de segurança online para que possam navegar na internet de maneira segura, feliz e saudável.”

Na campanha que aborda o bullying, uma menina conta ao pai de uma colega que a filha dele tem feito vídeos e grupos na internet para zombar dela depois de começar a chamá-la de “perdedora” na escola.

O pai, então, decide falar com a filha sobre como suas ações online podem ter impacto na vida real. A campanha diz que uma em cada cinco crianças neozelandesas são vítimas de bullying na internet.

Em outro vídeo, quem bate à porta de uma família é um homem de meia-idade que usa perfis falsos em redes sociais para conversar com adolescentes. Ele diz ter 13 anos e ser amigo virtual da menina que mora na casa.

A mãe decide conversar com a filha sobre os cuidados que ela precisa tomar ao conversar com estranhos na internet e avisa que vai chamar a polícia.

Segundo a campanha, 40% dos jovens da Nova Zelândia interagem com pessoas que nunca conheceram na vida real.

O controle dos pais e a classificação etária dos conteúdos online são tema de outro vídeo. Nele, uma garotinha assiste a um desenho animado com coelhos.

Depois, clica em um conteúdo relacionado que a redireciona para um vídeo em que caçadores atiram em coelhos. Enquanto isso, a cena é reproduzida no quintal da família.

Os pais então consolam a filha e alteram as configurações no tablet para selecionar a que tipo de conteúdos ela pode ter acesso.

“Crianças podem ir de lugares seguros a lugares assustadores em apenas alguns cliques”, diz a campanha.

Em seu site, a campanha da Nova Zelândia traz informações e dicas de segurança para os pais. Conversar com as crianças, controlar o tempo de tela e conhecer protocolos de privacidade na internet são algumas delas.

Além disso, o site também ensina os pais a configurarem dispositivos para aumentar a segurança dos filhos e apresenta canais para denunciar conteúdos impróprios e outros tipos de ameaças.

Confira abaixo o vídeo de conscientização sobre a pornografia e acesse o canal do YouTube Keep It Real Online para ver as outras peças publicitárias.

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