Ramon Rossi

Em abril de 2013 um crime brutal chocou Araras. Beatriz Silva, de 14 anos, foi assassinada e seu corpo foi encontrado – horas depois – em um canavial. O crime gerou comoção de toda a região. A perícia chegou a apontar 11 perfurações feitas com um instrumento que lembra um espeto de churrasco ou um ferro de construção.

Os primeiros exames informados apontavam sinais de violência sexual no corpo, além de lesões de autodefesa nas coxas, braços e próximo aos seios. Seis anos depois, o homicídio continua sem solução. Seria um “crime perfeito?”

O pai da jovem, Rogério Paulo, disse com exclusividade ao JC, na manhã desta quinta-feira (4) que, o que mais incomoda, é a questão da impunidade. “Depois de todos esses anos não saber quem fez essa maldade com minha filha é muito triste. Essa pessoa está a solta e pode ser alguém conhecido, pode estar por perto. Vivemos com essa incerteza, mas temos a certeza que, Deus, um dia, fará justiça. Nada fica encoberto aos olhos Dele. Mas, com certeza, gostaríamos de ver essa pessoa pagando pelo crime”, comentou ele.

A reportagem do JC conversou ainda, por telefone, com o delegado Edgar Albanez, responsável pela investigação. Ele disse que não pode dar informações porque o caso está em segredo de Justiça, mas que “a apuração continua”, comentou.

Entenda o caso

Beatriz sumiu na manhã de uma quarta-feira. Ela saiu de casa às 7h38 da manhã e às 8h25 a cabeleireira, onde tinha hora marcada, ligou aos pais comunicando o atraso da garota.

A mobilização em busca de Bia – como era conhecida  por amigos e familiares – foi imediata e durante todo o dia, postagens eram feitas nas redes sociais sobre o desaparecimento da garota. O corpo foi encontrado na zona leste da cidade, na Avenida Luiz Carlos Tunes, conhecida como Via Novela, em um canavial – local de difícil acesso – sete horas depois do seu desaparecimento.

Quem encontrou a adolescente foram dois amigos próximos da família, que estavam na rua à procura do paradeiro da garota. Um deles foi Rodrigo Fernando Batista, que foi avisado pela esposa do sumiço da menina, logo pela manhã. Segundo ele, assim que chegaram ao local do crime, depois de andar por vários lugares da cidade e identificarem que se tratava de Beatriz, avisaram de imediato à polícia e em seguida a família.

A adolescente estava vestida com as roupas que saiu de casa, calça jeans e moletom preto. O corpo estava de bruços sobre a cana com sinais de violência física na cabeça, rosto e perfurações nas costas e ela estava descalça.

Na época, em uma coletiva o delegado titular na ocasião, Sydney Urbach, adiantou que a linha de investigação levava a crer que Beatriz não tinha sido morta no canavial e que o local foi usado apenas para a ocultação do cadáver. Ainda de acordo com ele, foram encontrados no corpo da adolescente 11 perfurações feitas com um instrumento que lembra um espeto de churrasco ou um ferro de construção. “Ela não foi vítima de disparos de arma fogo. Na verdade recebeu golpes de um instrumento pontiagudo que transpassou o seu corpo, o que resultou em seu falecimento”, disse.

A necropsia do corpo foi realizada em Limeira. Os primeiros exames, informados ao delegado apontavam sinais de violência sexual no corpo, além de lesões de autodefesa nas coxas, braços e próximo aos seios.

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