Ramon Rossi

Vestidos com a farda azul marinho e de máscaras, guardas civis municipais de Araras prestaram a última homenagem ao GCM Lindolfo Germano da Costa, de 76 anos, que morreu na última quinta-feira (21) de enfisema pulmonar, de acordo com a família.

Ele estava internado num hospital da cidade e não resistiu a uma parada respiratória. Emocionada, a corporação fez a guarda fúnebre do caixão, enquanto outros agentes batiam continência ao colega de profissão aposentado na porta do cemitério, que permanece fechado em decorrência do novo coronavírus.

Ao saber da notícia, o comando geral da Guarda Civil Municipal lamentou o ocorrido por meio de nota. “Ele entrou para o time em 1985 e atuou por 24 anos, até 2009, quando se aposentou aos 65 anos. Não faltava do trabalho um dia sequer e não media esforços para proteger a população ararense”.

Em entrevista ao JC, o neto de Germano, Claudio Perinotto Junior, disse que a família esperava no máximo duas viaturas em frente ao Cemitério Municipal, mas que ficou surpreendido com tamanha homenagem.

“Muitas viaturas começaram a chegar, o que lotou a praça em frente ao campo santo. Vários disseram ter a honra de trabalhar com ele e outros comentaram que não chegaram a conhecê-lo, mas que era muito lembrado, pois sempre foi um homem sábio, paciente e um grande conselheiro em todos os momentos. Guardaremos com carinho nos nossos corações essa lembrança tão emocionante. A homenagem provou um nobre valor de amizade e companheirismo que toda a corporação sente por um irmão”, disse ele.

Henrique Perinotto, outro neto de Germano, afirmou que o avô amava o que fazia e que descrevia a GCM ararense como uma corporação sólida e preparada. Dizia, também, que os irmãos de farda eram como uma família e que sentia muito orgulho em proteger a população e contribuir para a segurança da cidade.

“Ele cumpriu muito bem o papel de marido, de pai, de avô e de bisavô. Sempre foi o nosso porto seguro, ajudava a família e fazia questão de estarmos sempre todos juntos e bem uns com os outros. Veio de origem muito humilde e batalhou muito desde criança para ajudar os irmãos. Permaneceu modesto a vida toda e sempre nos deu muito mais do que ele almejava para si mesmo”, contou emocionado.

Para evitar aglomeração de pessoas, a família comunicou os parentes e amigos sobre o velório e também ressaltou às recomendações das autoridades de saúde como o uso de máscaras, evitar o contato físico e fazer a higienização constante das mãos. A funerária contratada disponibilizou álcool em gel enquanto os funcionários do Cemitério davam orientação e controlavam número de pessoas dentro da sala onde acontecia a despedida.

Sobre o legado deixado pelo avô, Claudio contou emocionado: “Nos ensinou muitas coisas, mas a mais valiosa de todas foi o amor ao próximo, a fé em Deus acima de qualquer religião e o valor da família. Sua bondade e sua integridade continuarão sendo um exemplo para todos”, finalizou.

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