Da Redação

A falta de gestão efetiva dos recursos hídricos foi apontada como uma das causas para a crise hídrica enfrentada pelo Estado de São Paulo. A análise foi feita pelo Prof. Flavio de Paula e Silva, geólogo do Laboratório de Estudo de Bacias da Unesp em Rio Claro.

O geólogo realizou estudo sobre o Aquífero Guarani a pedido da Sabesp para verificar a capacidade de abastecimento. O estudo apontou que seria possível abastecer alguns municípios da Região Metropolitana de Campinas por meio da construção de poços, seguindo a rota da rodovia. O estudo sugeriu a construção de 80 poços em oito células com dez unidades cada.

O geólogo explica que, para isso, seria preciso realizar estudos de interferências entre os poços e a questão da recarga. Silva conta que a proposta parou na ideia. Se fosse levada adiante, poderia abastecer algumas cidades da região, como Campinas e Piracicaba, e desafogar o Sistema Cantareira.

O geólogo comenta que o Estado de São Paulo tem escoamento total de 99 bilhões de metros cúbicos (m³) dos rios por ano. Em contrapartida tem 8 trilhões de metros cúbicos de água armazenados no subsolo. De acordo com ele, essa reserva subterrânea equivale a 86 anos de escoamento total do estado. Isso significa que, se não tiver chuva e os rios secarem, o estado tem água no subsolo suficiente para suprir a demanda de 86 anos.

Porém, para que isso possa ser utilizado, o pesquisador afirma que é preciso fazer uma gestão efetiva dos recursos hídricos, o que não vem sendo feito pela Sabesp e pelo DAEE. O geólogo destaca que é necessário reunir todo o conhecimento hidrogeológico e hidrológico para montar um sistema para fazer essa gestão, com informações online e monitoramento em todos os reservatórios e poços. (Conteúdo extraído do PodAcqua/PodCast da Unesp)

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