Dentre os protocolos do Governo do Estado para a retomada econômica e flexibilização da quarentena está a aferição de temperatura de clientes no acesso aos estabelecimentos, restringindo-o caso esteja acima de 37,5ºC. A febre é um dos sintomas compatíveis com a Covid-19.

Não é lei, mas sim uma exigência a ser seguida como forma de conter o avanço do novo coronavírus para o monitoramento da saúde, conforme consta do Decreto Estadual nº 64.994, de 28 de maio de 2020.

Não há em Rio Claro decreto municipal determinando a aferição de temperatura dos clientes, segundo a prefeitura. Desta forma, há estabelecimentos seguindo a regra estadual, como academias e supermercados. Mas, se o cliente recusar o procedimento, alegando que é ineficaz, já que infectados podem ser assintomáticos?

Segundo a infectologista Suzi Berbert, a cada cinco pessoas com Covid-19, pelo menos duas não apresentam sintomas. Mas, na gestão de risco, usam-se várias barreiras para impedir que algo ruim aconteça, ou seja, a aferição é uma ferramenta.

“Nem sempre a temperatura consegue detectar casos de Covid-19. Mas, se somarmos a aferição, a máscara e a higienização, tudo isso será uma importante ajuda preventiva. Seria interessante, ainda, fazer não só a aferição na porta do estabelecimento, mas também perguntar se a pessoa tem outros possíveis sintomas”, orienta a infectologista.

De acordo com a advogada Gabriela Messetti, mesmo que não seja obrigatória a aferição, trata-se de uma questão de saúde pública frente à pandemia que o mundo enfrenta, o que exige colaboração e bom senso.

“Estamos vivenciando uma situação nova e inesperada. Mesmo que a aferição não seja efetiva e segura, é uma medida que tem sido adotada, dentre outras, no enfrentamento do coronavírus”, explica a profissional.

Conforme avalia, caso o cliente não queira que a sua temperatura seja aferida ao entrar no estabelecimento, o diálogo deve prevalecer. “Se o estabelecimento for privado, ele pode proibir a entrada do consumidor que se nega a deixar medir a sua temperatura. Nessa situação, é importante explicar a medida de segurança adotada e que pode afetar outras pessoas. Em último caso, a segurança do local pode ser acionada, bem como a Polícia Militar, esclarecendo que a pessoa não quer colaborar. É uma questão de discernimento que todos precisam ter neste momento”, conclui a doutora Gabriela.

Fake News

A informação que circula nas redes sociais de que medir a temperatura na testa causa danos à glândula pineal não procede, pois fica numa estrutura profunda da cabeça e não há condições de ser atingida, de forma seletiva, pelo termômetro.

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