Ednéia Silva

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou na segunda-feira (30) que as eleições municipais de 2016 não serão realizadas por meio eletrônico por falta de dinheiro. De acordo com o tribunal, o corte de R$ 428.739.416,00 determinado pela União inviabilizará a compra de novas urnas e, consequentemente, a votação eletrônica. Se isso se confirmar, as eleições de 2016 serão manuais, com voto em cédula de papel, fato que não acontece há 15 anos no país, já que desde 2000 as eleições são realizadas eletronicamente.

Um verdadeiro retrocesso. Essa é a análise feita pelo ex-vereador Octávio Chiossi sobre a possibilidade das eleições de 2016 não serem eletrônicas. Segundo ele, o povo se acostumou com as urnas e o voto eletrônico, processo mais simples e de apuração mais rápida. Além disso, Tavinho acredita ser mais difícil fraudar a votação eletrônica do que a votação em papel.

Ele lembra que antes a apuração em Rio Claro era feita no Ginásio de Esportes com contagem manual dos votos. A chance de ocorrer problemas era grande. A apuração demorava o dia todo e o resultado da eleição somente era divulgado no dia seguinte à eleição. Antes disso ainda a votação era feita com os próprios “santinhos” dos candidatos, que eram colocados dentro de envelopes depositados nas urnas.

Votação utilizando as urnas eletrônicas acontece desde 2000 no Brasil (Foto Agência Brasil)
Votação utilizando as urnas eletrônicas acontece desde 2000 no Brasil (Foto Agência Brasil)

Para Tavinho, o processo eleitoral no Brasil mudou muito, e para melhor. Ele comenta que com a votação eletrônica se tornaria ainda mais segura no próximo pleito com a implantação do recibo de votação. As urnas eletrônicas vão emitir um recibo, uma contraprova, para que o voto possa ser conferido pelos eleitores.

O chefe do cartório da 288ª Zona Eleitoral de Rio Claro, Alexandre Sanches, informou que não recebeu nenhuma instrução oficial do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de São Paulo (TRE-SP) sobre o assunto. Por enquanto, os cartórios continuam fazendo normalmente a biometria, além de simulado de eleição com as urnas eletrônicas.

Para Sanches, retroceder o processo não é benéfico para ninguém. A apuração manual é mais demorada, a contagem é feita pela junta eleitoral em local fechado, cercado por policiamento, e os votos podem ser impugnados. Nesse caso, o juiz analisa e julga o pedido de impugnação. No sistema eletrônico é tudo mais rápido. Os votos são inseridos em uma única urna, que faz a transmissão online para o tribunal.

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