“A minha filha estava em meus braços, agonizando, gelada, mal conseguia abrir o olho e ninguém fez nada”. O depoimento é de uma mãe que viu a própria filha morrer em seus braços. Iara Ribeiro dos Santos levou a filha Rebeca Luiza Ribeiro dos Santos de apenas 1 ano e 10 meses para um atendimento na UPA da 29 há 9 dias. Ela conta que a menina estava com tosse e febre e após passar pela médica da Unidade foi receitado um xarope.

A mãe comprou o medicamento mas percebeu que a criança só piorava. Nesta quarta-feira (7) pela manhã ela retornou para a UPA onde foi feito um Raio X onde uma outra médica disse que a criança estava normal. Passou outros dois xaropes e pediu que a mãe e a criança voltassem para casa. Ao longo da tarde Rebeca piorou muito e Iara voltou pela terceira vez em busca de atendimento. A mesma médica receitou uma inalação que foi feita no local e liberou a criança.

Mãe e avó vendo que a criança não estava bem não voltaram para casa, ficaram sentadas na recepção da Unidade de Saúde esperando que a menina fosse avaliada e internada. Da chegada até a morte da pequena Rebeca foram praticamente três horas. “Quando minha filha deu o último suspiro em meus braços e já estava gelada, daí vieram pegar ela e levaram na maior calma para dentro. Depois de muito tempo vieram falar que ela estava morta”, relata a mãe em prantos.

A avó Alderite Gomes da Silva que estava no local conta que a partir daí o atendimento foi outro: “Já começaram a chegar os grandões da diretoria, bater nas costas e até cafézinho serviram pra gente. Falei que ia fazer boletim de ocorrência, que queria autópsia e eles falaram que era melhor não, que não ia adiantar de nada, que iam dar pra gente tudo do enterro.”

A família inconformada com a situação foi até o Plantão Policial e registrou um boletim de ocorrência e pede por justiça: “A gente é pobre mas não é burro, nada vai trazer minha neta de volta mas vou até o fim para que novas famílias não sofram como a gente”, afirma a avó Alderite.

Em nota a Secretaria Municipal de Saúde afirma que foram adotados os procedimentos adequados ao quadro de saúde da criança e que foram feitos todos os esforços, mas que uma má formação cardíaca foi elemento dificultador aos procedimentos médicos.

Já a mãe contesta: “Engraçado isso, em nenhum momento foi me falado que a minha filha tinha uma má formação no coração. Ao contrário, me diziam que ela estava bem, no Raio X não tinha nada. Se eles sabiam que a minha filha tinha um problema tão sério porque mandaram ela três vezes para casa ao invés de deixarem ela internada? Eu quero apenas respostas porque a minha filha eu não vou ter de volta”, desabafa a mãe.

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.

Mais em Notícias:

Programa combate lentidão na abertura de empresas

Brasil: número de mortes por ataques de cães cresce 27%