Trabalhadores da Praça foram recebidos por parlamentares na tarde da última segunda-feira (27) na Câmara Municipal

Favari Filho

Uma luz. Aconteceu na tarde de segunda-feira (27) uma reunião que pode significar o início do fim do impasse entre os “ambulantes” do Centro e o poder público local. A pedido da comerciante Mércia Aparecida Bonatti, vereadores receberam no Plenário da Câmara da Cidade Azul os trabalhadores organizados que exercem a profissão – a maioria há mais de vinte anos – na divisa das praças XV de Novembro e Tenente Otoniel Marques Teixeira.

A conversa fluiu de maneira natural e pareceu ter sido satisfatória para ambos os lados, pois os legisladores se dispuseram a colaborar, dentro do possível e da lei, com o acréscimo de emendas no Projeto de Lei 106/2011, conhecido popularmente como a Lei dos Ambulantes.

Trabalhadores da Praça foram recebidos por parlamentares na tarde da última segunda-feira (27) na Câmara Municipal
Trabalhadores da Praça foram recebidos por parlamentares na tarde da última segunda-feira (27) na Câmara Municipal

Mércia abriu o bate-papo – que contou com aproximadamente duas dezenas de ambulantes e nove dos doze vereadores – enfatizando que a lei não inclui a categoria e, por isso, solicitou o encontro com os representantes rio-clarenses. “É preciso que sejamos incluídos com uma emenda ao projeto”, pediu. “Caso seja aprovado desta maneira, no dia seguinte nos tiram da Praça”, completou.

Raquel Picelli iniciou a fala apontando para o fato de que os “ambulantes” já fazem parte da paisagem urbana do Centro e apontou a necessidade de rever as contradições do projeto e “alterar o texto para que os comerciantes presentes sejam amparados”. Júlio Lopes e Maria do Carmo deram sequência e também defenderam a permanência dos comerciantes que já estão na Praça; o progressista enfatizou a necessidade de regulamentação, e a peemedebista, de uma consulta ao Departamento Jurídico e ao Condephaat [Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico] para avaliar as possibilidades de alteração.

Juninho da Padaria defendeu um esforço de todos os parlamentares para que os comerciantes em questão sejam assistidos pela administração. Dalberto Christofoletti lembrou a luta travada para que os “ambulantes” não fossem remanejados para as “Casas de Lata” da Rua 1 e atentou para a análise profunda do texto para que não seja um projeto jabuti [aquele que inclui assuntos que desviam o foco do tema principal].

Geraldo Voluntário, por sua vez, foi enfático: “ou derrubamos o projeto ou acrescentamos emendas”. Agnelo discorreu sobre a importância do trabalho e disse que “o objetivo é regulamentar a profissão”. Por fim, Paulo Guedes defendeu que a Câmara deve acrescentar emendas “de acordo com as necessidades dos ambulantes e, depois, cabe ao prefeito sancionar ou vetar”. Ao final, Mércia agradeceu pela possibilidade do encontro e expôs o desejo de que os vereadores convidem os “ambulantes” para outras reuniões no intuito de que encontrem um denominador comum.

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