O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação.

Jaime Leitão

Os ventos que levaram o presidente Bolsonaro para discursar na abertura da Assembleia-Geral da ONU eram ventos de furacão disfarçados de leve brisa.

Bolsonaro, mais uma vez, perdeu a oportunidade de fazer uma autocrítica em relação ao seu apego, que está mais para obsessão, em relação à utilização do kit-Covid, também conhecido como tratamento precoce da Covid, considerado pela esmagadora maioria dos cientistas como ineficaz e perigoso pelos efeitos colaterais que provoca.

Ao contrário, Bolsonaro radicalizou e fez pouco da ciência e da mídia, nacional e internacional, pelo fato de ela noticiar evidências que comprovam o absurdo que representa, em vez da vacina, utilizar métodos de tratamento sem comprovação científica.

Bolsonaro, na sua fala de 13 minutos, apresentou ao mundo um Brasil fictício, perfeito, sem desemprego, sem fome, sem miséria, e essa condição tão privilegiada foi conquistada graças ao seu desempenho extraordinário como governante.

Quem acredita nessa balela vive em outro mundo e não passa necessidade. O fato de  Bolsonaro se recusar a tomar a vacina, que é um compromisso de honra firmado entre os participantes do evento, representa um desafio tolo às regras firmadas entre os representantes dos países membros.

Bolsonaro, utilizando uma gíria já um tanto antiga, “quer causar”, chamar atenção, de forma irresponsável que afasta investidores e coloca o Brasil em uma situação vexaminosa. Ele quer ser diferente a todo custo. Não se importa com as consequências.

Fala da preservação do meio ambiente, como se a mesma fosse um dos carros-chefes do seu governo. Está muito longe disso. O presidente está desde o início na contramão do progresso, da ciência, do desenvolvimento. E nessa caminhada rumo ao abismo leva o Brasil com ele. Isso é trágico.

O ministro da Saúde Marcelo Queiroga, ao fazer gestos obscenos para um manifestante em Nova York, contra Bolsonaro, contribuiu para que a imagem internacional do país piore ainda mais.

O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação.

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