O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação.

Nos países ditatoriais, onde a democracia nem passa perto, notícias de terremotos, desastres aéreos e outras tragédias com grande número de mortos são minimizadas para esconder da população a realidade.

Aqui, onde impera a democracia, pelo menos por enquanto, o governo vai na contramão e insiste em colocações que têm um aspecto nada amigável ou democrático.

A declaração do ministro da Economia Paulo Guedes, sobre o aumento das contas de luz, vai nessa linha: “Qual o problema que a energia vai ficar um pouco mais cara porque choveu menos?”, ele perguntou. E continuou: “Isso causa perturbação, vai empurrar a inflação um pouco para cima, o Banco Central vai ter que correr um pouco mais atrás da inflação”.

E o pior de tudo que ele falou nessa entrevista: “A economia está bombando”. Com uma inflação que deve, segundo as últimas estimativas, ir além dos 8% e com o PIB sendo calculado para baixo, e do dólar aumentando, como afirmar que a economia está bombando?
A economia está em um momento muito difícil, seria mais correto afirmar. A economia, se está bombando, é no sentido de bomba. De algo que está explodindo na economia de cada brasileiro que ganha um ou dois salários mínimos por mês, ou até mesmo menos.

Esse é o governo do não. Negacionista em relação à pandemia, em relação à economia, em relação ao meio ambiente. Está tudo uma maravilha. Eu pergunto: Para quem?

Vivemos a naturalização do caos, da falta de rumo, das mais de 500.000 mortes pela pandemia. Vai tudo bem, neste país que sofre as consequências de uma política desastrosa e trágica.

O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação.

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