Onze carros foram removidos de uma represa em uma pedreira de Santa Gertrudes

Carine Corrêa

Onze carros foram removidos de uma represa em uma pedreira de Santa Gertrudes
Onze carros foram removidos de uma represa em uma pedreira de Santa Gertrudes

Um fato inusitado repercutiu em toda a região, que inclui os municípios de Rio Claro e Cordeirópolis. Onze carros foram localizados em uma represa que fica numa cava de argila em Santa Gertrudes. Conforme informado pela Polícia Civil de Cordeirópolis, que investiga o caso, os veículos foram encontrados na quinta-feira, dia 6 de novembro, por funcionários do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).

“Trabalhamos com a hipótese de desova dos carros, após terem sido utilizados na prática de alguns crimes”, informou um dos investigadores que compõem a equipe da Polícia Civil. Ainda segundo o investigador responsável pelo caso, o motivo do aparecimento dos veículos está ligado ao período de seca. “Na represa ocorre captação de água. Foi nesse momento que funcionários do SAAE avistaram os carros e acionaram a Guarda Municipal da cidade”, disse. A investigação da Polícia Civil ainda informou que está verificando a origem dos carros através do emplacamento.

Oswaldo Granusso, um dos proprietários da pedreira desativada, conta que, no dia da retirada dos carros, foi necessário o auxílio de uma equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros. “Fiquei até o quinto carro, pois tinha um compromisso. Só depois fiquei sabendo que retiraram um total de onze veículos, incluindo uma BMW”, relata Granusso. “Um guincho ainda contratado pelo SAAE ou pela Prefeitura de Cordeirópolis também auxiliou na remoção dos automóveis”, acrescenta o empresário.

Granusso relata que já flagrou em outra ocasião três homens com uma menor no interior de sua propriedade. Na época, ele acionou a polícia e disse que a garota estava embriagada. “Não posso nem contar com a segurança particular. Já contratei guardas que caçavam capivaras e até praticaram roubo na pedreira. A situação é bem complicada”, desabafa.

A cava de argila, com parte da propriedade pertencente aos irmãos Granusso, está desativada desde meados de 2002. Em 1933 a área pertencia aos avós de Oswaldo. Naquele tempo não era feita a extração de argila. A atividade cerâmica foi iniciada somente na década de 90. Entretanto, a atividade foi interrompida em virtude de uma irregularidade constada pela Companhia Ambiental do Estado (Cetesb). Oswaldo Granusso informou que em 2002 foi possível retomar a extração por força de uma liminar, que permitiu que a pedreira funcionasse pelo período de três meses. “Na oportunidade, aproveitamos para vender parte da propriedade a outra cerâmica. Estou tentando reabrir a pedreira. O caso agora está na Justiça”, finaliza o empresário.

Com o episódio de quinta-feira, ele diz que tomou algumas providências para a área na tentativa de reforçar a segurança. No total, foram removidos um Honda Civic, dois Vectra, dois Corsa, uma BMW de cor preta, um Golf, um Gol, duas Parati e um Celta de cor preta. A lista dos veículos consta do relatório apresentado pela Guarda Civil Municipal à Polícia Civil de Cordeirópolis.

O empresário Granusso ainda diz que o comentário em Santa Gertrudes é de que os carros foram despejados na pedreira para tirar proveito do seguro, acionando a seguradora sobre um suposto roubo ou furto.

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