Embora o índice tenha se mantido, os novos médicos ainda erraram questões básicas da profissão, como aferição da pressão arterial e atendimento inicial a vítimas de acidente de trânsito.
Os resultados do exame foram apresentados nesta quarta-feira, 26, e apontaram que 61,8% dos 3.174 participantes do Estado de São Paulo acertaram mais de 60% das 120 questões da prova, porcentagem mínima que o conselho considera para a aprovação. O número ficou abaixo do alcançado no ano passado, quando 2.636 pessoas fizeram a prova e o índice de aprovados foi de 64,6% – em 2017, foi a primeira vez em dez anos que o índice ficou acima dos 60%.
“É um dado muito animador, porque mostrou que se manteve o porcentual em relação ao ano passado. Estávamos preocupados, porque não conseguíamos chegar a 50% (de aprovação). Três fatores principais estão ligados a isso: a conscientização que vem sendo feita pelo Cremesp com instituições e alunos; as faculdades darem mais valor ao exame; e o aluno atinar que é importante, porque há serviços de residência médica e para contratação que estão exigindo que o profissional tenha prestado essa avaliação”, diz Lavínio Nilton Camarim, presidente do Cremesp.
Desde 2015, programas de residência médica e concursos públicos municipais adotaram a prova como critério para seleção de profissionais, como os Hospitais Israelita Albert Einstein, Sírio-libanês e Alemão Oswaldo Cruz e a Secretaria Municipal da Saúde. A nota dos participantes não é divulgada para os programas de residência nem para os empregadores.
O presidente do Cremesp avalia que a meta é aumentar os porcentuais de aprovação. “Queremos atingir, no mínimo, 90%, o que é factível. Os recém-formados estão provando que estão aumentando a sua margem.”
Erros
O exame mostrou ainda que os médicos continuam cometendo erros em situações e problemas de saúde que aparecem com frequência. De acordo com o levantamento, 86% dos recém-formados erraram a abordagem inicial para atender vítimas de acidentes de trânsito. Os resultados mostraram ainda que 69% não acertaram as diretrizes para aferir pressão arterial e 68% não sabiam como proceder diante de um paciente com enfarte no miocárdio.
“Isso ainda nos preocupa, porque mostra o despreparo em áreas básicas. A área com menor aprovação foi a de clínica médica. A prova mostrou algumas deficiências de nossos alunos brasileiros”, afirma o presidente do Cremesp. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.