O chamado para uma corrida que iria de uma chácara atrás do Condomínio Manacás até o bairro Vila Indaiá virou caso de polícia em Rio Claro neste último final de semana. De um lado está uma jovem, que solicitou o transporte por meio de um aplicativo, e de outro o motorista. Ambos apresentam relatos diferentes do tempo em que estiveram juntos.

Caiu na rede

Toda a situação foi desencadeada a partir do momento em que a mãe da jovem mandou uma mesma mensagem via WhatsApp para algumas amigas relatando que a filha tinha passado por um susto dentro do carro dirigido por um motorista de aplicativo ao sair de uma festa. No texto a mãe ainda faz um alerta e por fim divulga a foto do profissional: “Meninas gostaria de compartilhar com vocês que tem filhos e filhas que pegam Uber, ou que fazem uso desse aplicativo – que parece tão seguro. Ontem ela (a filha) estava em um aniversário em uma chácara, pediu um Uber, que pegou um caminho diferente. Ela ia para a Vila Indaiá. Ele virou à esquerda sentido pista, minha filha questionou o caminho e ele fechou os vidros e disse se era difícil pegar carona com desconhecidos. Depois ela pediu para ele parar e ele perguntou o que ela faria se fosse sequestrada. Ela começou a chorar e ligou para polícia. Ele a largou na rodoviária”, são alguns dos trechos da mensagem enviada pela mãe, que finaliza dizendo que estava tomando providências e que eram para avisar amigos e filhos.

Não demorou para a mensagem se espalhar e viralizar em inúmeros grupos e redes sociais.

O que diz o motorista

Enquanto a mãe realizava a postagem, o motorista se reportou ao Uber e também para o representante da categoria em Rio Claro o que havia acontecido na versão dele: “Era a minha última viagem do dia. Tinha decidido que só ia levar mais aquela passageira e ia para casa descansar. Quando eu peguei ela no local, a primeira coisa que eu perguntei era se ela sabia para onde estava indo, se sabia o endereço. Como ela não soube explicar a rota, eu avisei então que iria seguir o GPS. O GPS me jogou na Washington Luís, que é a opção mais rápida. Ao entrar na pista, a passageira já me questionou por que eu estava indo por ali e eu disse que estava seguindo a rota. Logo em seguida eu fechei o vidro do carro por estar na rodovia e liguei o ar-condicionado para dar conforto à passageira, só que neste momento ela se assustou e pediu que eu parasse o veículo. Eu disse que não. Que não poderia largar ela ali no meio na pista, que eu poderia parar na rodoviária e foi o que eu fiz. Peguei a entrada e parei no primeiro posto. Neste momento ela desceu do carro e não pagou pela viagem”, relatou o motorista ao JC.

Depois disso ele afirma que foi surpreendido com as acusações e repercussão do caso: “Não consigo mais dormir à noite porque tem gente que entra no meu carro em uma corrida e me olha torto, e não é pra menos: fui acusado injustamente, tive minha foto divulgada, foto até da minha filha. É preciso ter responsabilidade com o outro e quem me conhece sabe que não sou esse monstro que estão dizendo. Fui chamado de sequestrador, estuprador. Vou querer uma retratação”, finaliza.

Outro lado

O Jornal Cidade entrou em contato com a família que fez a denúncia, que afirmou que já está com um advogado representando o caso e que no momento oportuno irá se manifestar.

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