De acordo com o reclamante, enquanto estava no Centro Cultural, um carro da Sepladema [Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente] saiu carregado de livros para serem descartados

Favari Filho

Monteiro Lobato dizia que um País – com pê maiúsculo – só pode ser construído a partir da relação entre dois elementos fundamentais: Homens e Livros. O livro sempre foi sinônimo de aprendizado e, ainda que o conteúdo pareça não ser muito interessante para uns, para outros pode ser a tábua de salvação. Com o advento da internet e de novas plataformas para aquisição de informação, os livros foram perdendo um pouco daquele “amor tátil que votamos aos maços de cigarro” e que tão bem destacou o poeta.

Nesta semana, o leitor do JC, Mário Massini, esteve na Redação para denunciar uma atitude que julgou, no mínimo, estranha; de acordo com o reclamante, enquanto estava no Centro Cultural Roberto Palmari, na última quinta-feira (12), um carro da Sepladema [Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente] saiu carregado de livros para serem descartados. Massini disse ter seguido o veículo e constatado que, para sua surpresa, inúmeras obras teriam sido deixadas em um ferro-velho da Cidade Azul.

De acordo com o reclamante, enquanto estava no Centro Cultural, um carro da Sepladema [Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente] saiu carregado de livros para serem descartados
De acordo com o reclamante, enquanto estava no Centro Cultural, um carro da Sepladema [Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento e Meio Ambiente] saiu carregado de livros para serem descartados

Ao todo, ainda segundo o denunciante, foram descartados dois carrinhos de supermercados lotados de volumes dos mais variados autores da literatura universal. Massini estava usando os computadores do Programa Acessa São Paulo, que funciona no mesmo prédio da biblioteca, quando percebeu a movimentação e resolveu questionar o motorista, contudo não satisfeito com a resposta recebida seguiu o trajeto do automóvel e constatou o ato que denominou como um “absurdo” e “não inédito”.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, que informou que a administração “tem por regra colocar à disposição do público apenas livros em condições de uso” e que “exemplares em condições precárias não são aproveitados”. Em Rio Claro há algumas opções de bibliotecas e, além das municipais, os amantes da leitura podem recorrer à do câmpus da Unesp [Universidade Estadual Paulista], à da Câmara Municipal, à do Arquivo Público e, também, ao Projeto Livro Vivo, programa de Incentivo à leitura que funciona na antiga Estação Ferroviária.

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