Carine Corrêa

Os dados da Secretaria de Segurança Pública referentes a índices criminais dos municípios paulistas do mês de julho foram divulgados nesta semana. Em Rio Claro, o destaque está para nenhuma ocorrência de estupro no mês de julho, depois de registrar pelo menos um caso em todos os meses do ano.

Autoridades policiais de Rio Claro avaliam índices criminais divulgados pela Secretaria de Segurança Pública. Homicídios reduziram-se em 59% na cidade
Autoridades policiais de Rio Claro avaliam índices criminais divulgados pela Secretaria de Segurança Pública. Homicídios reduziram-se em 59% na cidade

No período de janeiro a julho deste ano, foram 26 ocorrências de estupro contra 12 do ano passado, o que representa um aumento de 116%. Outro índice expressivo é de casos de homicídios dolosos: Rio Claro teve sete assassinatos neste ano até julho, contra 17 no mesmo período do ano passado, uma redução de 59%.

Outros delitos também apresentaram redução no mesmo comparativo: tentativa de homicídio em 6%, lesão corporal dolosa em 16%, roubos gerais 11%, roubo de veículos 22% e furto de veículos 31%. Roubo de carga aumentou em 66%; foram cinco ocorrências neste ano e três no ano passado.

Para uma análise dos índices criminais, a reportagem do Jornal Cidade convidou diferentes frentes que atuam na segurança pública do município. Leia as posições das instituições abaixo:

Polícia Militar

Através do coordenador operacional major Rodrigo Arena, a PM de Rio Claro reforça que continua a realizar os trabalhos no município através de estratégia traçada pela corporação. “Direcionamos nosso patrulhamento com base em quatro fatores, que são os locais onde acontecem o crime, o dia da semana, o horário e o modo de agir do criminoso. A partir de uma análise desses itens, elaboramos nossa estratégia para reduzir os índices criminais da cidade”, enfatiza Arena.

O policial ainda observa o mês de julho, que não apresentou nenhuma ocorrência de estupro. “Todos os meses apresentaram pelo menos um registro. Julho foi o único mês do ano que fugiu desse padrão”, salientou.

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Polícia Civil

Nos anos anteriores a 2009, os crimes relacionados à dignidade sexual eram classificados em dois tipos: estupro e atentado violento ao pudor. Com alteração da lei, as ocorrências de atentado ao pudor também se configuram como estupro.

O delegado seccional Álvaro Santucci Noventa Junior volta a reforçar a alteração da lei em referência ao aumento nas denúncias de estupro. “Hoje em dia apenas constranger a mulher já pode ser caracterizado como estupro, sem a conjunção carnal”, salientou.

Guarda Municipal

O comandante Wladimir Walter, da Guarda Municipal, observa que o aumento no número de estupros pode representar o aumento no número de denúncias. “Sempre que vejo notícias informando o aumento neste tipo de crime, analiso que pode representar o encorajamento das pessoas em denunciar casos de estupro. Com a divulgação da mídia, pode ser que a população tenha adquirido mais informações sobre isso”, avalia o comandante.

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