O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação.

O ministro da Economia Paulo Guedes e os parlamentares em sua maioria estão demonstrando que querem colocar uma porção de jabutis no bolso do consumidor, que já sofre com tanto aumento que vem caindo sobre ele nos últimos meses.


Os chamados jabutis são emendas colocadas na Medida Provisória que viabilizará a privatização da Eletrobras e que prejudicarão o eterno prejudicado, que é o consumidor.


Quem ganha com isso é o governo e as empresas que receberão benesses, facilidades para viabilizar a instalação de usinas hidrelétricas em regiões de difícil acesso.


O brasileiro não suporta mais engolir sapos e jabutis. É muito bicho para deixar em situação de inadimplência trabalhadores, muitos dos quais desempregados, em condição de desespero total, sem ter como arcar com aumentos sucessivos que virão após a privatização.


Se já custa tão caro a energia agora, com a privatização e a crise hídrica, a situação deverá piorar bastante.
A Câmara joga para o Senado, que por sua vez joga para a Câmara. Nesse jogo, o consumidor é o grande perdedor, ele não tem como ganhar nesse jogo feroz que tem tudo para ameaçar o direito daquela parcela da população que corre o risco de ter um apagão por falta de pagamento devido à total carência de recursos.


Essa instabilidade geral em que estamos atolados: crise sanitária, econômica e política não atrai investidores para cá, mesmo que os parlamentares criem mil jabutis para atraí-los e convencê-los a instalar aqui usinas de gás.


O Brasil também insiste em investir em usinas de carvão, totalmente ultrapassadas e poluidoras, que não fazem mais sentido nos dias de hoje, quando os países mais avançados partem cada vez mais para energias limpas, a eólica e outras que não poluem a atmosfera.


De jabuti em jabuti, caímos na vala comum dos países mais atrasados do mundo. Tínhamos tudo para estarmos na linha de frente do desenvolvimento sustentável, mas estamos infelizmente na linha de frente do atraso insustentável, que só sustenta a falta de visão e articulação rumo a um futuro melhor para todos.


Quando sairemos desse atraso, isso é difícil prever. O pior é que há muitos que ainda acham que o governo está no caminho certo. Só se for rumo ao abismo, sem GPS que avise que não é por aí.
Bom domingo.

O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação.
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