Para saber mais sobre a compra de rifas e doces e contribuir com o projeto de vida da família, um Instagram foi criado para compartilhar as informações: siga @ familia_xeque.mate
Os pais Daiane e Renato lutam arduamente para que as filhas sigam trilhando o caminho do sucesso no mundo do xadrez; moradores da Vila Alemã, a família encontrou no esporte uma mudança de vida e sonhos a serem almejados
Duas jovens moradoras da Vila Alemã têm chamado a atenção do cenário do xadrez. Dayene Vitória Domingos de Andrade Donizetti, de 13 anos, aluna do 8º ano, e sua irmã Renata Victoria Domingos de Andrade Donizetti, de 9 anos, estudante do 4º ano, transformaram o xadrez em parte fundamental de suas rotinas, colecionando títulos, superação pessoal e deixando sua marca em competições.
Mas a história das duas campeãs começou de forma simples, dentro do projeto social “Da Rua Pra Casa” e quem conta tudo é a mãe da dupla, Daiane.
“Elas frequentam o projeto desde 2022, mas só no fim daquele ano tiveram seu primeiro contato com o mundo do xadrez. Um campeonato realizado em Lindóia chamou a atenção das meninas. Elas viram outras crianças viajando para competir e decidiram que também queriam aprender o esporte”, contou a mãe.
Em 2023, iniciaram as aulas e passaram a treinar com o professor Marcão, no Grupo Ginástico, onde evoluíram rapidamente. Em pouco tempo já estavam competindo no CEXRC – Campeonato Estudantil de Xadrez de Rio Claro, enfrentando enxadristas de colégios particulares renomados, muitos com xadrez na grade curricular, realidade bem diferente da delas, estudantes da rede pública.
Dayene começou no xadrez aos 11 anos e encontrou no esporte uma forma de trabalhar aspectos emocionais importantes. Segundo a família, ela tinha dificuldade em lidar com derrotas e costumava se cobrar demais. O xadrez se tornou uma ferramenta poderosa para ajudá-la a compreender a importância da paciência, da estratégia e da aceitação.
“Foi uma mudança enorme. O xadrez não ajudou só no jogo, mas nas tomadas de decisão da vida”, conta a mãe. Renata, que começou a jogar aos 7 anos, tem TEA e TDAH. No início, apresentava dificuldades na comunicação social e pouca tolerância a estímulos que exigiam concentração ou contato com outras pessoas. Mas o xadrez abriu portas.
Pelo protocolo do esporte, é preciso cumprimentar o adversário antes e depois da partida, algo que Renata não fazia. Com o tempo e com o apoio dos professores, ela passou a interagir melhor, demonstrar empatia e desenvolver autocontrole.
“A disciplina também a ajudou a permanecer mais tempo sentada, organizar seus movimentos e respeitar o tabuleiro do adversário, um grande desafio para ela, que inicialmente rearranjava peças alheias para deixá-las ‘mais alinhadas’”, explica Daiane.
CONQUISTAS
As duas irmãs competem em eventos municipais, estaduais e nacionais, enfrentando adversárias de escolas particulares, muitas com infraestrutura voltada ao xadrez. Ainda assim, elas se destacam campeonato após campeonato.
Dayene Vitória Domingos de Andrade Donizetti
- 5º lugar – CEXRC Sub-12 (2023)
- Campeã – CEXRC Sub-12 (2024)
- Campeã – CEXRC Sub-14 (2025)
- Vice-campeã paulista do interior – (2025)
- 12º lugar – Campeonato Brasileiro Estudantil (2024)
- 8º lugar – Campeonato Brasileiro Estudantil (2025), entre 34 enxadristas de 17 estados
- Vice-campeã regional por equipes – Rio Claro (2025)
- Diversos títulos no CSX – Campeonato Solidário de Xadrez
Renata Victoria Domingos de Andrade Donizetti
- Tricampeã do CEXRC (2023, 2024 e 2025)
- Campeã invicta em 2024 – 34 partidas, 33 vitórias e 1 empate, feito inédito na história do campeonato
- 6º lugar – Campeonato Brasileiro Estudantil (2024)
- 8º lugar – Campeonato Brasileiro Estudantil (2025), entre enxadristas de 17 estados
- 5º lugar – Campeonato Paulista Escolar do Interior (2025)
- Diversos títulos no CSX – Campeonato Solidário de Xadrez
Além de Dayene e Renata, Keity, de apenas quatro anos, que também tem TEA, também participa das aulas e no ano que vem, a mãe Daiane pretende colocá-la nas competições municipais. O pai e a mãe das pequenas – e do pequeno Derick, também são jogadores assíduos de xadrez e desenvolveram a prática por conta das filhas.
“Nós nos dedicamos ao que as meninas fazem, também aprendemos a jogar para poder participar com elas, estamos sempre envolvidos nos projetos e conseguimos com um patrocínio fazer uma camiseta para nossa família, fizemos também as bolsinhas para levar as peças e o relógio, pois cada um leva o seu nas competições, mas nosso maior desafio acaba sendo mesmo a hospedagem e as inscrições”, relata a mãe.
APOIO
O objetivo das irmãs e da família é claro: conquistar o Campeonato Brasileiro Estudantil e o Campeonato Paulista Estudantil, além de competir em eventos maiores dentro e fora do estado. Mas as dificuldades financeiras são obstáculos.
“Enquanto alunos de algumas escolas particulares recebem auxílio para viagens, inscrições e hospedagem, a família de Dayene e Renata precisa se esforçar para cada nova competição.
Para levá-las ao Brasileiro, por exemplo, a família organizou rifas, vendeu bolos de pote e pudins para cobrir tudo que era necessário. Sem patrocínio fixo, cada campeonato é uma batalha fora do tabuleiro.
Para saber mais sobre a compra de rifas e doces e contribuir com o projeto de vida da família, um Instagram foi criado para compartilhar as informações: siga @familia_xeque.mate.