Consumidor deve fazer contas, eliminar os gastos supérfluos, para equilibrar o orçamento (foto Agência Brasil)

Favari Filho

Para além das expectativas de um futuro melhor repleto de saúde e de realizações, a chegada do ano novo traz na bagagem muitos tributos que os brasileiros pagam sem receber quase nada de volta, infelizmente. O IPVA [Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores] e IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano], por exemplo, existem para manter, em tese, as rodovias e as ruas em condições transitáveis, porém, ao contrário, além de não cumprirem seu papel, ainda há as sobretaxas para a realização dos serviços, como o pagamento de pedágios e as tarifas de asfalto e iluminação.

Para falar sobre a maneira de agir frente a tantos tributos, o Jornal Cidade conversou com o empresário contábil e consultor Arnon Henrique Marchioni, que apontou quais os débitos que o consumidor deve estar preparado para receber ainda em janeiro. “É importante estar preparado para o IPTU, IPVA, licenciamento do veículo, material escolar, anuidade de Conselho de Classe, além dos saldos de despesas feitas no fim do ano anterior; não esquecer também as contas do mês.” O empresário enfatizou que é importante aproveitar a reserva ou a sobra do décimo terceiro e não acumular contas, pois a multa e os juros são bastante altos.

Marchioni asseverou que é preciso priorizar as contas de consumo imediato como água, luz, alimentação, financiamento de veículo ou imobiliário, que podem acarretar transtornos, como o corte ou a perda do bem. O analista lembrou que o pagamento à vista apenas é viável caso o desconto supere os juros recebidos pela aplicação financeira. “Por exemplo: IPVA, em média, gira em torno de 3% ao mês de desconto; em três parcelas até vale a pena, pois os juros recebidos em dois meses – visto que a primeira é à vista – pode chegar ao máximo a 2% ao mês”, explicou.

08-01-2016 (19)

ECONOMIA

O ano de 2015 não foi fácil para a economia brasileira. A inflação cresceu aceleradamente e, recentemente, voltou à casa dos dois dígitos; os juros atingiram a maior marca em nove anos e o desemprego disparou. Com a crise econômica deixando o bolso do consumidor mais vazio, uma porção de brasileiros não conseguiu pagar suas contas e passou a integrar o cadastro de inadimplentes. Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), quase 40% da população adulta tem o CPF restrito por causa de pagamentos atrasados.

Para quem faz parte dessa estatística, o início de um novo ano é sempre um momento propício para colocar as contas no azul. A palavra de ordem para 2016 é: PLANEJAMENTO. Passada a época das festas de fim de ano, o consumidor se depara com uma série de obrigações tributárias, como IPTU, IPVA, matrículas escolares, entre outras despesas, que se não são bem administradas podem atrapalhar o controle do orçamento durante todo o ano.

O médico Luis Tancredi, que atua na Rede de Saúde, contou à reportagem que sempre faz uma “caixinha” no decorrer do ano para que a situação não complique com a chegada do ano novo, mas pontuou que em 2015 foi mais difícil guardar dinheiro. “A presidente Dilma Rousseff e o seu governo conseguiram comer parte da minha economia, mas ainda bem que na questão financeira sou muito regrado e evito sempre dar o passo maior do que as pernas.”

O rio-clarense Junio Cesar, ao contrário, não conseguiu fazer economia durante o ano e, em dezembro, foi dispensado da empresa em que trabalhou como metalúrgico por mais de uma década. Agora, pretende pagar as contas à vista e manter uma reserva até encontrar outro emprego. “Vou pagar tudo de uma vez, ou seja, aproveitar o acerto da firma e me livrar das contas mais pesadas; depois é correr e encontrar outro emprego o quanto antes, para que as despesas não se acumulem.”

[box] Frente ao crescimento assustador nos índices de desemprego, é imprescindível falar sobre a maneira de agir caso o problema o atinja. Veja algumas orientações:

1 – Planeje como pagar as contas

2 – Crie uma reserva emergencial

3 – Analise sua realidade

4 – Congele ferramentas de crédito

5 – Faça uma faxina financeira

6 – Mude seu padrão de vida

7 – Negocie as dívidas

8 – Fuja dos exploradores

9 – Busque fazer bicos

10 – ‘Levanta e sacode a poeira’.[/box]

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