Meryl Streep durante discurso anti-Trump (Foto: Paul Drinkwater/NBC via AP)

Estadão Conteúdo

Se você quer logo saber o que o Globo de Ouro indica sobre o que acontecerá no Oscar, aqui vai: La La Land: Cantando Estações deve dominar a temporada de premiações e chegar forte à cerimônia da Academia, em 26 de fevereiro. Na noite de domingo (8), o musical levou a melhor em todas as sete categorias nas quais concorreu, inclusive de melhor filme, ator (para Ryan Gosling), atriz (Emma Stone), direção e roteiro (ambos para Damien Chazelle). Ou seja, não deu para ninguém.

Mas o Globo já não vale tanto para esse propósito. E, por isso, a noite se tornou especial. No Oscar do ano passado, o aviso era claro. O Twitter e outras redes sociais foram tomadas por pessoas que reclamavam da ausência de atores, atrizes, roteiristas e diretores negros entre os indicados. O diretor Spike Lee iniciou o boicote. O público concordava ao usar a hashtag #OscarSoWhite, que em uma tradução livre pode ser algo como “Oscar tão branco”. Um recado foi dado. E entendido.

Meryl Streep durante discurso anti-Trump (Foto: Paul Drinkwater/NBC via AP)
Meryl Streep durante discurso anti-Trump (Foto: Paul Drinkwater/NBC via AP)

Numa noite em que a homenageada Meryl Streep fez um discurso anti-Trump, a questão não foi segregar ainda mais as performances de acordo com a cor de pele ou gênero. O Globo de Ouro, em um reflexo de um mundo que já não aceita esse ou qualquer tipo de diferenciação, prestou atenção na qualidade das produções. Venceu, nesta cerimônia de número 74, apresentada por um pouco inspirado Jimmy Fallon, o bom e velho merecimento. Como The Crown, da Netflix, protagonizada por uma mulher. Ou, por exemplo, a vitória de Atlanta, série criada, dirigida e protagonizada por Donald Glover.

O seriado, indicado na categoria melhor série de comédia ou musical logo em sua primeira temporada, desbancou bambambãs que já haviam se destacado nos anos anteriores, como Mozart in The Jungle, Trasparent e Veep. Glover e sua equipe venceram com os pés nas costas ao mostrarem a dura vida de um jovem sem dinheiro que decide se tornar empresário do primo rapper. Ele, sozinho, ainda foi escolhido como melhor ator em série de comédia.

Enfim, uma noite com a representatividade foi vista e transmitida. The People v. O. J. Simpson: American Crime Story, por exemplo, faturou prêmios importantes, inclusive como melhor filme ou série limitada. Moonlight, que trata de um jovem que descobre a homossexualidade e estrelado por atores negros, foi escolhido como o melhor drama.

Viola Davis, atriz que faturou o Globo como melhor atriz coadjuvante no filme Cercas, dirigido e protagonizado por Denzel Washington, subiu ao palco e, quase às lágrimas, agradeceu pelo prêmio recebido, enfim. Atriz, tão elogiada por crítica e público, foi indicada para o Oscar por duas vezes. Para o Globo, foram outras quatro. Ao receber sua merecida estatueta, além de se colocar como uma das favoritas na corrida do Oscar, ela lembrou da sua própria origem e do avô cuidador de cavalos. Afinal, como disse Lorenzo Soria, presidente da Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood, o Globo do ano preferiu as histórias humanas. “Mostramos o sentido da vida.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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