O filme ‘Quem Chegar Por Último’ foi produzido pelo Grupo Kino-Olho e dirigido por Rogério Borges (crédito: Michael Willis)

Adriel Arvolea

O filme ‘Quem Chegar Por Último’, produzido pelo Grupo Kino-Olho, participou do 33° Festival Internacional de Hamburgo (Alemanha) na mostra Mo&Friese. O festival é voltado ao público jovem, com foco em cinema e educação, uma das linhas de estudo e prática do grupo.

A obra retrata o cotidiano de crianças que vivem na periferia de uma cidade do interior paulista. Em meio a corridas de bike e disputas com pipas, o que todos querem é garantir seu espaço e se sentir um “vencedor”. O filme destaca temas como trabalho infantil, desigualdades, problemas familiares, mas, também, amizade e união.

Diretor Rogério Borges no festival (crédito: Maria E. Auler)
Diretor Rogério Borges no festival (crédito: Maria E. Auler)

De acordo com o diretor Rogério Borges, a ideia era fazer uma analogia com os desafios da vida, pois nem sempre as disputas são justas, mas a derrota sempre nos acompanha. Ele acredita que isso chamou a atenção dos curadores do Festival.

“Os filmes que disputaram conosco eram todos de alto nível, mas em sua grande maioria europeus. Eles não estão acostumados a ver o nível de miséria e precariedade que existe do outro lado do Atlântico. Quando você conta histórias normais, sensíveis, toca mais do que mostrar tiroteios e guerras do narcotráfico”, avalia.

Apenas os bairros Jardim Boa Vista e Vila Aparecida, em Rio Claro, como cenários. Dispensando orçamentos milionários, o simples recorte de um dia de adolescentes da periferia. A produção não venceu o festival, mas ganhou os olhares do mundo.

Borges explica que foram realizadas três exibições do filme com debates no final. E o famoso ‘Cinema Caipira’ despertou a curiosidade do público e participantes do evento. “Nos perguntam absolutamente tudo sobre nosso jeito de fazer cinema. Fiquei feliz de compartilhar isso num país tão distante. É muito bom poder trazer nosso aprendizado e dificuldades para um país de primeiro mundo”, conclui o diretor.

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