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Em nota encaminhada à imprensa, o Coletivo Feminista Maria Maria de Rio Claro informa que a principal bandeira levantada pelo grupo neste ano será a instalação imediata da Delegacia de Defesa da Mulher e a Casa Abrigo, visando proteger e acolher as mulheres em situação de violência. O Coletivo foi fundado em julho de 2012, com o intuito de promover discussões e articulações acerca dos direitos e opressões de gênero. Abaixo nota do grupo:

“Em um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) sobre os feminicídios no Brasil verificou-se que não houve redução nas taxas anuais de mortalidade de mulheres perpetrados por homens, principalmente parceiros ou ex-parceiros, entre 2001-2006 e 2007-2011 (períodos antes e depois a vigência da Lei Maria da Penha).

Estima-se a quantidade de mais de 50 mil feminicídios entre 2001 e 2011, ou uma média de 5.664 de mortes por ano, 472 por mês, 15,52 a cada dia e 1 morte a cada 1h30 no Brasil. De acordo ainda com o IPEA, 29% dos feminícios ocorreram no domicílio e 36% ocorreram nos finais de semana.

Todos os dias somos vítimas de violência machista. O Brasil é o 7º país que mais mata mulheres no mundo. A cada 15 segundos, uma mulher sofre algum tipo de violência no país.

No levantamento de ocorrências registradas no mês de janeiro de 2015 pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) foram 8 homicídios dolosos e 28 tentativas de homicídios de mulheres no Estado.

Em Rio Claro, encontramos 8 casos de mulheres vítimas de feminicídio entre 2013-2014. Além das diversas formas de violência de gênero, física ou simbólica, sofrida todos os dias pelas mulheres, tais como: lesão corporal, calúnia, difamação, injúria, ameaça, maus tratos, estupro, etc., e que não são noticiadas nas páginas de jornais, mas vivenciadas dia-a-dia pelas mulheres em seus espaços privados sem que estas vítimas oficializem uma denúncia formal contra seus agressores por não contarem com uma assistência mínima em RC e em muitos outros municípios brasileiros.

A Lei Maria da Penha nunca irá conseguir sair do papel e ter um impacto positivo de combate à violência de gênero enquanto não contar com uma estrutura para a sua aplicação, como Delegacias da Mulher com funcionamento 24h (incluindo nos finais de semana) e Casa Abrigo com assistência qualificada às mulheres e seus filhos vítimas de violência.Repudiamos a omissão do poder público de Rio Claro. Já se foram: Patrícia, Andressa, Simone, Valdelice, Verônica, Paula, Juliana, Antonia, entre outras em 2013-2014. Nenhuma mulher a menos em Rio Claro!”.

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