Por Carine Corrêa

O caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro provocou uma reação em cadeia nas redes sociais. Uma adolescente de apenas 16 anos foi estuprada por 33 homens no último sábado, dia 21, em uma comunidade da zona oeste. Não limitando-se à barbárie, os criminosos ainda foram mais ousados e compartilharam fotos da garota nua, desacordada e ferida. Além de toda a violência física e mental, ela se recupera depois de sofrer uma forte hemorragia e uma ruptura da bexiga. Embora não tenha sofrido esse tipo de violência, posso citar duas (de várias) que vivenciei apenas pelo fato de ser mulher. Uma delas foi na Avenida Uberaba, lá em São José dos Campos (minha terra natal). Depois de sair com minha amiga e pegar um ônibus para casa (deveria ter entre 14 e 15 anos), fui seguida por um carro. O motorista parou e perguntou se eu queria entrar. Eu disse que não. Saí correndo e lembro de ter me escondido em um beco. Quando vi a possibilidade de sair ‘com segurança’, corri, mas corri de uma forma que desconhecia a velocidade potencial que tinha em minhas pernas. Outro foi quando estava próximo à escola em que cursei o ensino fundamental. Um homem me seguia a pé e falou algumas besteiras pra mim quando se aproximou. Mas uma vez corri, e me escondi. Queria parar de correr, e ter liberdade para estar segura.

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