A Instituição Estrela da Esperança atende pessoas com necessidades especiais e desenvolve diversas atividades promovendo a sociabilização e oportunidades no mercado

Laura Tesseti

O instituto Estrela da Esperança existe há 22 anos e há tempos sua sede funciona na Avenida 23, no Bairro do Estádio, em Rio Claro. E atende pessoas com necessidades especiais, desenvolvendo diversos tipos de trabalho e atividades de inserção também no mercado de trabalho.

Mas no dia 30 de junho, os pais e familiares souberam que a instituição pararia com suas atividades. “Minha neta participa das atividades da instituição há muitos anos e chegou em casa com um recado na agenda, que dizia que a escola não funcionaria mais. Ficamos estarrecidos, primeiro pela falta de conversa com os familiares e depois pensando em como ficará a cabeça de todos que frequentam a instituição”, conta Maria Antonia Marques, avó de uma das alunas da Estrela da Esperança. Maria Antonio fala ainda de uma funcionária em especial. “Não tinha quem não gostasse da Tati lá na Estrela da Esperança, ela cuidava com muito amor e carinho de todos, auxiliava em tudo o que era preciso e sempre junto dos nossos filhos e netos. A distância que os alunos terão da Tati também pesará muito, tenho certeza”, comenta.

A filha de Sônia Ligia Andrade também frequentava a instituição e o afastamento das atividades preocupa a mãe. “Há uns dois anos as coisas começaram a mudar, diminuição de professores e há mais de um ano os familiares é quem se responsabilizavam com o almoço e lanche de cada aluno”, conta Sônia. E segue. “Fazíamos uma contribuição mensal e recebi a notícia assim que a fiz no final do mês passado. O trabalho desenvolvido na instituição era espetacular, mas há um tempo as coisas foram mudando e o que mais me preocupa é a sociabilidade completamente comprometida que nossos filhos terão, pois lá eles viviam em harmonia e estavam acostumados com todas as atividades, companhias. Tiveram pais que acabaram sabendo por terceiros do fechamento”, fala a mãe, que relatou também a dificuldade em conversar com a diretoria. “Reuniões não acontecia, esse contato era difícil demais.”

DIRETORIA

Procurada, a diretoria da instituição informou à reportagem do JC que a Estrela da Esperança não está encerrando suas atividades, mas sim dando um tempo para que soluções possam ser tomadas e os problemas serem resolvidos da melhor maneira para todos os envolvidos. “Desde 2012 a escola vem passando por graves problemas financeiros e não temos nenhum tipo de auxílio governamental. A prefeitura municipal oferece apenas o transporte para os alunos. Enfrentamos um problema em relação a prestação de contas no ano de 2008, onde foi alegado que não havíamos a feito e durante meses reunimos documentos para provar que tudo ocorreu conforme necessário. Outro problema que acometeu a instituição foram situações trabalhistas envolvendo funcionários, todos os dispensados foram pagos, enquanto tentávamos resolver todos os problemas com recursos dos próprios e pessoais. Não vamos retornar em agosto, mas estamos buscando soluções para manter a instituição”, esclarece a presidente, que preferiu não se identificar.

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