Favari Filho

O lema da congregação, de acordo com padre Jacob, são duas palavras em latim: “Euntes Docet”, que significam “ide e ensinai”
O lema da congregação, de acordo com padre Jacob, são duas palavras em latim: “Euntes Docet”, que significam “ide e ensinai”

A missão dos estigmatinos acaba de completar cem anos na Cidade Azul. A ordem denominada Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo foi fundada em 1816 na cidade de Verona, no norte da Itália, por São Gaspar Bertoni, canonizado pelo papa João Paulo II em 1º de novembro de 1989.

Para falar sobre o trabalho desenvolvido pela congregação presente em todo o globo e, mais especificamente, sobre as comemorações, o Café JC conversou com o pároco da Paróquia Santa Cruz, padre Jacob Tomazella. Nascido em Rio Claro, o clérigo percebeu a vocação desde muito cedo, quando começou a atuar como coroinha na igreja da qual hoje está à frente.

Em 1963, fez os votos e, em seguida, após cursar Filosofia e Teologia em Campinas, foi ordenado sacerdote no dia 7 de dezembro 1969, atuando primeiramente no Alto da Moóca, na Capital Paulista. Depois de passagens por Ribeirão Preto, Marília, Curitiba, Rio de Janeiro, Barretos e Campinas, finalmente voltou para a terra natal, onde vive há aproximadamente oito anos.

Padre Jacob explicou que a doutrina de São Gaspar permaneceu por oitenta anos na região de Verona e, só depois, começou a ser expandida pelo mundo até chegar às terras tupiniquins. “No Brasil, os padres estigmatinos se firmaram primeiro em Tibaji e Castro, no Estado do Paraná, em 1910; no ano de 1914 vieram para a cidade de Limeira, onde permaneceram pouco mais de um ano na Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte.”

Em Rio Claro, a chegada dos estigmatinos com suas missões aconteceu em 1915. “Henrique Adami, padre Alexandre Grigoli e irmão Valzachi saíram de Limeira e trouxeram a congregação para a capela de Santa Cruz; os tratamentos foram feitos pelo monsenhor Botti e, inicialmente, os missionários residiram na Rua 8 entre as avenidas 12 e 14.”

De acordo com Tomazella, a casa em que moravam era simples, mas não faltava disposição para propagar os ensinamentos de Dom Gaspar. “Em 1922, teve início a construção do Colégio Santa Cruz, que passou a formar os seminaristas, porém, passadas algumas décadas, o liceu foi transferido para Ribeirão Preto.”

Entre os anos de 1960 e 1980, o prédio abrigou a escola do SESI [Serviço Social da Indústria] e, em 2004, foi inteiramente reformado para abrigar a cúria da Província de Santa Cruz, que compreende os estados de São Paulo, Paraná e Bahia, além dos países Paraguai e Chile. “A Congregação tem casas de padres em Campinas, São Paulo, Itararé, Marília, Barretos e Ribeirão Preto; há apenas duas províncias no Brasil, a nossa de Santa Cruz, e a de São José, em Goiânia”, explicitou.

MISSÃO
A finalidade da congregação, de acordo com o padre, é o trabalho de missões, tanto que, como lema, tem as palavras em latim “Euntes Docet”, que significam “ide e ensinai”. Dom Gaspar, acentuou o pároco, colocou também como características da Ordem estar a serviço dos bispos e da educação da juventude.

COMEMORAÇÃO
No dia 5 de outubro foram comemorados os cem anos dos estigmatinos em Rio Claro e, no último dia 4, os duzentos anos de fundação da Ordem. Padre Jacob lembrou que, durante todo o ano, nas diferentes comunidades existentes no mundo, haverá um trabalho no sentido de evidenciar as comemorações. “Até o dia 4 de novembro de 2016, uma série de eventos acontece em comemoração aos duzentos anos que termina com uma grande concentração na cidade de Verona, na Itália.”

PELO MUNDO
Atualmente, além do Brasil, a congregação dos estigmatinos está presente na Tailândia, Filipinas, Índia, EUA, Itália, Inglaterra e em vários países da África, continente cujo trabalho está em constante crescimento. Para o futuro, o padre informou que a expectativa é continuar formando novos sacerdotes, pois continua sendo “muito grande o número de estudantes que procuram a congregação. Nosso intuito maior é dar seguimento às missões”.

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