ISABELA PALHARES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As escolas municipais só voltaram a receber alunos para atividades presenciais em 16,2% das cidades brasileiras neste ano.


Na maior parte delas (15,1%) as aulas ocorrem de forma híbrida, ou seja, com parte dos alunos ainda em casa. Em apenas 1,1% as aulas são totalmente presenciais.


Os dados são de pesquisa feita pela Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), com apoio do Unicef e do Itaú Social, entre os dias 15 de junho e 9 de julho.


O levantamento, divulgado nesta quinta (22) identificou a situação das escolas em 3.355 redes de ensino, que representam 60% dos municípios brasileiros, e juntas são responsáveis pela matrícula de mais de 13 milhões de estudantes.


O Brasil é um dos países do mundo em que as escolas ficaram fechadas por mais tempo durante a pandemia. Desde o início da crise sanitária, especialistas alertavam que os municípios, por terem menos recursos financeiros e técnicos, teriam maior dificuldade para lidar com os novos desafios educacionais.


Responsáveis pela maior parte das matrículas na educação básica (48,4%), as redes municipais não receberam apoio do governo federal para o retorno às atividades presenciais. Apesar da falta de ações de coordenação e ajuda financeira, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, fez um pronunciamento em rede nacional na noite de quinta (20) para pressionar estados e municípios pela reabertura das escolas.


Além de não terem retomada as aulas presenciais, 43% dos municípios afirmou ainda não ter conseguido concluir o protocolo sanitário para o retorno dos alunos às escolas.


“É urgente que as escolas tenham seus protocolos de prevenção implementados e possam retomar as atividades presenciais de forma segura em agosto. Para isso, é imprescindível que os governos federal, estaduais e municipais trabalhem de forma articulada”, disse Ítalo Dutra, chefe de educação do Unicef.


A falta de apoio e a piora da pandemia no início do ano letivo de 2021 prejudicou o planejamento dos municípios para a educação. Em março, 30,1% das redes informaram, em edição anterior da pesquisa, que iriam retomar as aulas presenciais.

A expectativa é de que, em agosto, com o avanço da vacinação dos profissionais da educação e a redução dos indicadores da pandemia no país, haja um número maior de escolas municipais reabertas.


Em 95,1% dos municípios, a imunização dos profissionais da área já começou. O governo federal autorizou que a categoria fosse incluída no calendário vacinal no início de junho, por conta do intervalo entre as doses, a maioria dos trabalhadores não deve ter a imunização completa antes do início de agosto.

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