Processo de produção dos ovos tem início com cuidados sanitários mais rigorosos com as aves. Ovos permanecem em ‘chocadeira artificial’ e são destinados ao Instituto Butantan

Carine Corrêa

É difícil de acreditar, mas em Itirapina uma granja produz ovos que serão utilizados especificamente para a produção de vacinas contra a gripe H1N1. No município, que recentemente esteve nos holofotes da grande imprensa, está localizada a empresa Globoaves, que foi contratada em 2007 para iniciar a produção desses ovos “especiais”. Quem explica melhor é a médica veterinária Nayra Magnusson. “Esses ovos são chamados de ‘ovos controlados’ e somos pioneiros nesse ramo de produção”, frisa Nayra.

Processo de produção dos ovos tem início com cuidados sanitários mais rigorosos com as aves. Ovos permanecem em ‘chocadeira artificial’ e são destinados ao Instituto Butantan
Processo de produção dos ovos tem início com cuidados sanitários mais rigorosos com as aves. Ovos permanecem em ‘chocadeira artificial’ e são destinados ao Instituto Butantan

Mas, afinal, como é feito esse processo?

A médica veterinária explica que tudo tem início com os cuidados com as galinhas que irão produzir os ovos. Diferentemente de uma granja habitual, esses animais passa por um processo de vigilância sanitária mais rigoroso. “O tipo de ração fornecida e manejos, como uso de vacinas, são controlados e requerem uma qualidade ainda maior”, acrescenta Magnusson. As aves botam os ovos em ninhos automatizados, e não têm contato com eles. “Esses ovos deslizam sobre uma esteira e são transportados até a máquina embaladora, que é responsável por depositar esses ovos em bandejas”, diz a veterinária.

Nas bandejas, os ovos são desinfetados e direcionados ao incubatório. Nesta etapa, segundo a especialista, os ovos são selecionados quanto a sua limpeza, peso e tamanho para então serem colocados nas máquinas incubadoras para que o embrião se desenvolva até 11 dias, uma espécie de ‘chocadeira artificial’.

Antes de serem transportados até o local de destino – o Instituto Butantan – os ovos são visualizados internamente para saber se há embrião, e, para produção da vacina, é necessário que ele esteja vivo. “São enviados somente embriões vivos. E, a partir daí, que se inicia a produção da vacina”, explica a médica veterinária.

Os ovos controlados embrionados são entregues ao Instituto Butantan, onde serão produzidas as vacinas da Campanha Nacional contra a Gripe.

Quantidade

A capacidade de produção da granja é de aproximadamente 1 milhão de ovos por semana, e conta com cerca de 150 mil aves. Por ano, a Globoaves destina ao Instituto Butantan em torno de 55 milhões de ovos. Cada ovo pode produzir até três doses da vacina contra a gripe H1N1.

Globoaves

Localizada em Itirapina e única nesta especialidade em todo o país, a empresa tem uma normativa específica no Ministério da Agricultura do Brasil. As granjas da Globoaves foram construídas especialmente para esse tipo de ave: que irá fornecer ovos para produção de vacinas contra a gripe.

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