Pessoas têm usado as redes sociais para propagar discursos de ódio

Lucas Calore

Pessoas têm usado as redes sociais para propagar discursos de ódio
Pessoas têm usado as redes sociais para propagar discursos de ódio

Os pais tentam proteger seus filhos das mais diversas formas de violência que atingem a sociedade. No entanto, a tecnologia usada pelos jovens hoje em dia, apesar de trazer inúmeros benefícios para todos ao longo dos anos, também é utilizada para a propagação de ódio ao redor do mundo.

Basta se conectar às redes sociais para observar a quantidade de frases opinativas que muitas vezes trazem em seu conteúdo discursos carregados de preconceito e raiva. Essa prática não é exclusividade do Brasil, uma vez que os sites de relacionamento envolvem pessoas de qualquer localidade do mundo.

Recentemente, o resultado do primeiro turno das eleições mostrou o quanto a nova geração de jovens brasileiros é desunida. Apesar das diferentes opiniões partidárias, que devem ser respeitadas mesmo que em sua maioria ainda não estejam completamente formadas, muitos internautas resolveram atacar moradores de regiões do país diferentes das suas para defender seus ideais políticos, colocando em outros uma culpa não verdadeira pela situação em que se encontra a nação.

PRÓS E CONTRAS 

A psicóloga Adriana Rubio Wodewotzi diz que tem observado esta onda de ódio há algum tempo. “As pessoas se sentem mais à vontade para se expressar livremente por escrito, por não terem o confronto presencial do outro. O discurso se desenvolve num ambiente protegido, gerando a falsa sensação de que não trará consequências”, diz.

Adriana também comenta que as pessoas se esquecem de que palavra escrita é documento, e se excedem sem autocrítica e sem limites. “Julgam, ofendem, agridem, sem escrúpulos e sem a real percepção dos efeitos das palavras usadas”, afirma.

De acordo com a psicóloga, há efeitos positivos e negativos nessa nova forma de expressão. De positivo, as pessoas se expressam com mais clareza, objetividade e sinceridade. “Isso produz o aumento do senso crítico geral sobre assuntos diversos, que antes eram limitados a áreas de interesses específicos”, observa.

O melhor caminho para formar adultos responsáveis é ter uma conversa franca com os jovens filhos. Pois o efeito negativo deste hábito cada vez mais comum na internet “é a propagação de ideias, crenças, valores e hábitos medíocres, assim como a agressividade sem limites que, por vezes, salta das telas dos computadores e tomam forma nas ruas, através de pessoas alteradas e desequilibradas”, conclui a psicóloga.

A sua assinatura é fundamental para continuarmos a oferecer informação de qualidade e credibilidade. Apoie o jornalismo do Jornal Cidade. Clique aqui.