Perto de completar três anos longe do cigarro, Luis de Abreu Mortari, 56 anos, celebra a melhora na qualidade de vida após um grande susto em 2022. Ele largou o vício após passar por um cateterismo e uma angioplastia. Segundo os médicos o cigarro teve uma grande parcela de culpa para ele ter que fazer esses procedimentos: “Por muito pouco eu não perdia minha vida. Eu estava com duas veias entupidas – uma em 50% e outra em 90%”, conta.

Ele passou mal no dia 22 de julho durante o expediente de trabalho: “Eu senti uma dor muito forte no peito, uma queimação que subia para o pescoço e descia para os braços. Me socorreram para a UPA da 29 e lá eu permaneci internado por sete dias até realizar os procedimentos. Naquela época eu fumava um maço e meio de cigarro por dia”, recorda.

O vício na vida de Luis começou por volta dos 15 anos de idade: “Eu lembro que comecei a fumar por um misto de curiosidade e referência também. Era adolescente, meu pai, meus tios fumavam e eu ia junto pescar com eles, em outros lugares e acabei experimentando. Foi somente quando eu tive o problema grave de saúde que a minha ficha caiu. Internado não podia fumar e foi então que decidi largar”, diz Luis.

Segundo ele foi a decisão mais acertada que tomou e hoje se sente muito melhor: “Sempre pratiquei catividade física e hoje vejo quanto meu fôlego melhorou e minha disposição também. Confesso que no começo foi difícil, me lembro de um dia ter sonhado que estava fumando e ter acordado desesperado. É um processo e hoje eu vejo o quanto eu fiz a escolha certa. Se alguém por exemplo fuma perto de mim eu me sinto até um pouco incomodado com o cheiro”, finaliza.

Saiba mais

Segundo o Ministério da Saúde, a nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco, é considerada droga por possuir propriedades psicoativas, ou seja, ao ser inalada produz alteração no sistema nervoso central, trazendo modificação no estado emocional e comportamental do usuário que pode induzir ao abuso e dependência. O quadro de dependência resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo para consumir a droga, estabelecendo-se assim um padrão de autoadministração caracterizado pela necessidade tanto física quanto psicológica da substância, apesar do conhecimento de seus efeitos prejudiciais à saúde.

Por outro lado, quem fuma sofre de dependência química, ou seja, é alguém que ao tentar deixar de fumar, se defronta com grandes desconfortos físicos e psicológicos que trazem sofrimento, e que pode impor a necessidade de várias tentativas até que finalmente consiga abandonar o tabaco. Entender o que acontece com o tabagista e suas tentativas de parar de fumar é fundamental para que se possa ter a real dimensão do problema.

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