O caso da morte de um homem em junho de 2019 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Avenida 29 ganhou um novo capítulo no domingo (9), após uma publicação na rede social Facebook de uma mulher que afirmou ser funcionária pública e ter um cargo na Fundação Municipal de Saúde. No texto, ela acusa e identifica um servidor municipal de ter dado a ordem para colocar para fora da unidade o paciente Anderson Aparecido dos Santos, que morreu horas depois em frente à unidade.

O caso

Anderson Aparecido dos Santos, de 38 anos, deu entrada na UPA após ser socorrido pelo SAMU na manhã de terça, 25 de junho de 2019. A princípio, funcionários da unidade acionaram a GCM no início da tarde e registraram um boletim de ocorrência, dizendo que o paciente havia fugido do local, sendo encontrado já sem vida perto da unidade.

No entanto, imagens gravadas por câmeras de segurança vieram à tona e mostram o momento em que o paciente, em uma cadeira de rodas, é levado por funcionários que o colocam na rua por um portão dos fundos. Algum tempo depois, populares passam e, ao verem o homem caído, vão exatamente na UPA pedir socorro. Os funcionários o recolhem novamente e constatam o óbito.

Três dias após a morte de Anderson Aparecido dos Santos, de 38 anos, a Prefeitura Municipal divulgou uma nota afirmando que havia comunicado às autoridades policiais, registrado um novo boletim de ocorrência e instaurado um processo administrativo disciplinar determinando o afastamento imediato por 90 dias dos servidores envolvidos no atendimento do paciente.

Na ocasião o prefeito Juninho da Padaria juntamente com a secretária de Saúde Maria Clélia Bauer determinaram rigor nas apurações.

O que diz a prefeitura

O Jornal Cidade procurou a administração municipal, que enviou a seguinte nota: “A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que, ao contrário do que alega a reclamação, Beatriz Ramos Peixoto não é servidora municipal. Esclarece ainda que o processo sobre o paciente da UPA da 29 está tramitando na Justiça que, desde o primeiro momento, está tendo a colaboração da administração municipal que tem total interesse na apuração dos fatos. Servidores foram afastados e outras providências tomadas. A secretaria esclarece ainda que a pessoa apontada na manifestação em rede social como responsável pela ordem de dispensar o paciente sequer é mencionada no processo, visto que não teve nenhuma participação no caso e não faz parte do quadro de funcionários da Secretaria de Saúde. A secretaria ressalta que a servidora Eleny Freitas de Almeida (citada no texto) vem desempenhando a contento seu trabalho.

O que diz a família

Após a publicação do texto na rede social, a reportagem procurou também a irmã da vítima, que deu a seguinte declaração: “Eu fiquei perplexa quando li o que foi escrito. A verdade é que até hoje nós da família não recebemos qualquer respaldo ou atenção por parte da prefeitura. Não sabemos do andamento nem da investigação. É muito triste ver a memória do meu irmão sendo tratada desta maneira vaga. Eu me pergunto toda vez que penso nele: onde está a justiça?”, diz Darlene dos Santos.

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