Antonio Archangelo

As adaptações estão programadas para ocorrer em novembro e dezembro deste ano. Goteiras ainda são comuns na Câmara Municipal
As adaptações estão programadas para ocorrer em novembro e dezembro deste ano. Goteiras ainda são comuns na Câmara Municipal

Parece piada de mau gosto, mas não é. O legislativo rio-clarense, que ocupa o último andar do Paço Municipal, na região central, se prepara para entrar em obras para “adequação” de novos gabinetes para os vereadores da próxima legislatura. A cidade contará com 19 parlamentares, hoje possui 12.

A polêmica envolve o fato da Câmara Municipal custear novas adequações um pouco mais de dois anos após a entrega de obras concluídas no final de 2014 que consumiram cerca de R$ 1,8 milhão dos cofres públicos, que envolveram a obra e a locação de prédio para abrigar setor administrativo do Legislativo por R$ 12 mil mensais, além da locação de contêineres que abrigaram os gabinetes dos vereadores em 2014.

Despesas assinadas pela Mesa Diretora composta por Agnelo Matos (PT) – presidente; Maria do Carmo (PMDB) e Dalberto Christofoletti (PDT), secretários. De acordo com a nota, enviada ontem (13), após indagação da reportagem do JC, a atual Mesa Diretora afirma que “as adaptações estão programadas para ocorrer em novembro e dezembro deste ano”.

Questionado sobre os novos custos, o legislativo afirma que “os recursos necessários para as adaptações serão definidos em data mais próxima do início dos serviços. Podemos adiantar que o trabalho será feito através de sistema de divisórias de baixo custo”, revela.

“A atual gestão da Câmara Municipal, iniciada em janeiro de 2015, prioriza a economia do dinheiro público mas age com responsabilidade. Desta forma, o terceiro andar do Paço Municipal receberá adequações para abrigar os 19 vereadores da legislatura 2017-2020”, conclui a nota.

Cabe lembrar, porém, que a reforma realizada entre 2013 e 2014 é alvo de investigação iniciada pelo Ministério Público, por suposto direcionamento de licitação, conforme revelado pelo JC em janeiro deste ano. “Dei ciência aos investigados, membros da Mesa Diretora estão no inquérito, pois assinaram o contrato e a licitação”, disse o promotor na oportunidade.

Em janeiro de 2016

De acordo com o promotor André Vitor de Freitas, “há um inquérito que apura suposto direcionamento na contratação da empresa que realizou a reforma da Câmara em 2014. No início pedi sigilo de Justiça para conseguir fazer algumas diligências, fizemos várias oitivas. Superando esta fase, o inquérito se tornou público, conforme a publicação feita no Diário Oficial do Estado de São Paulo”, mencionou.

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