O envenenamento ocorre ao tocar as cerdas espinhosas. Foto Ilustrativa/ Carlito Canhadas por Pixabay.

Instituto Butantan é o único laboratório no mundo que produz o soro antilonômico, obtido a partir do plasma de cavalos imunizados

O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Saúde, alerta a população sobre envenenamento por acidente com taturana. A pessoa que entra em contato com o animal pode desenvolver um quadro hemorrágico grave.

Nesse caso, ela precisa receber o soro antilonômico (SALon) em até 12 horas após o início da intoxicação para obter os melhores resultados. A pasta registrou 685 casos relacionados ao fato nos últimos cinco anos, mas nenhum óbito decorrente desse tipo de envenenamento nos últimos 15 anos.

O Instituto Butantan é o único laboratório no mundo que produz o soro antilonômico, obtido a partir do plasma de cavalos imunizados. O Butantan desenvolveu o antídoto em 1994 e ele já é um imunobiológico aprovado e de utilização de rotina nos casos deste tipo de acidente.

Acidentes com lagartas são um problema de saúde pública, com 42 mil casos registrados todos os anos no país. A taturana é uma lagarta da espécie Lonomia obliqua, natural de países como Brasil, Uruguai e Argentina. Envolvendo apenas essa espécie, foram 42.264 acidentes entre 2007 e 2017, sendo 248 casos graves e cinco mortes.

Comparativamente, o número de casos no estado de São Paulo é baixo em relação ao resto do país, mas os números dos primeiros três meses de 2023 já representam mais de 70% do total do ano passado. Assim, é recomendado ficar em alerta em regiões arborizadas onde a taturana pode estar presente, especialmente nos meses entre novembro e abril, quando o animal aparece mais.

O envenenamento ocorre ao tocar as cerdas espinhosas que cobrem o corpo do animal. Os sintomas incluem lesões na pele semelhante à queimadura no local de contato, com dor, inchaço e bolhas na região. O indivíduo pode apresentar dor de cabeça, ansiedade, náusea, vômito e, menos frequentemente, dor abdominal, hipotermia e pressão baixa.

A gravidade da intoxicação pode ser leve, em que se tratam apenas os sintomas, ou mais grave, em que se desenvolve quadro de hemorragia interna e exige soroterapia intravenosa. Em 12% dos casos pode resultar em insuficiência renal aguda, principalmente em pessoas com mais de 45 anos.

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