Conheça a história do jovem Felipe, que enfrentou a leucemia com apenas dois anos de idade. Apoio do GACC foi fundamental
A campanha Fevereiro Laranja chama a atenção para a importância do diagnóstico precoce da leucemia, um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos do sangue. A iniciativa também busca aumentar o número de doadores de medula óssea, fundamental para o tratamento de muitos pacientes.
A leucemia pode se desenvolver de forma aguda ou crônica e apresenta sintomas como fadiga, febre frequente e sangramentos. Segundo especialistas, a detecção precoce melhora as chances de sucesso no tratamento, que pode incluir quimioterapia, radioterapia e transplante de medula.
No Brasil, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) facilita a busca por doadores compatíveis, mas ainda há poucos cadastrados em relação à demanda. Especialistas alertam que ampliar a conscientização sobre a campanha pode salvar vidas.
A cura chegou
Em Rio Claro, a história do jovem Felipe, de apenas 13 anos, mobilizou toda a família. Com apenas dois anos de idade, ele foi diagnosticado com leucemia linfática aguda. De acordo com a mãe Cláudia Bressani e o pai Paulo, a doença foi notada a partir do surgimento de pintinhas avermelhadas pelo corpo naquela época.
“No dia 8 de março de 2014, ao retornar da praia, ele estava bem ‘enjoado’, estranhei, pois, era uma criança muito brincalhona, mas estava muito quieto. Teve febre e consegui levar à pediatra. A doutora viu que a garganta e ouvido vermelhos, passou um antibiótico achando que era por conta da água do mar. Essa febre ia e voltava. Também tiveram manchinhas vermelhas pelo corpo”, relata a mãe.
Dias depois, com os sintomas persistentes, a família voltou para a Santa Casa. A médica pediu um exame de sangue e esse deu alterado. A doutora pediu ultrassom por que a barriguinha dele doía. No segundo exame deu alteração de novo. Com isso, foi necessário reunir a família e comunicar que era preciso que Felipe fosse encaminhado para o hospital Boldrini, em Campinas.
“Ele passou por novos exames e lá mesmo a médica passou que ele estava com leucemia e que deveríamos ficar por lá. Foram feitos mais exames para saber que tipo de leucemia era. Foi nos dado um protocolo e comunicou que ele deveria fazer quimioterapia por dois anos e seis meses”, comenta a mãe Cláudia.
Ela conta à reportagem do JC que “depois da notícia, a gente estava perdido, não sabia o que fazia. Mas uma pessoa falou para a gente procurar o GACC. Deus colocou o GACC no nosso caminho, nos deu muito apoio, e passou a nos levar para o Boldrini para fazer a quimio”, acrescenta.
Em 2016 o pequeno Felipe fez a última quimio. “Graças a Deus foi tudo bem. Ele foi internado poucas vezes, mas nada grave. No começo voltávamos a cada três meses, depois seis meses, e hoje ele vai a cada dois anos fazer exames. A próxima vez será em novembro. Não foi fácil, mas graças a Deus tivemos fé, tivemos ajuda de muitas pessoas de todas religiões que faziam o propósito. Somos muito gratos por cada pessoa que orou por ele. O GACC foi um suporte muito grande para nós”, finaliza. Felipe tem uma irmã de 20 anos, a Heloísa, que acompanhou tudo ao longo do tempo.

Apoio à criança com câncer
O GACC (Grupo de Apoio à Criança com Câncer) é uma das principais instituições brasileiras que promovem acolhimento às crianças diagnosticadas com leucemia e outros tipos de câncer. Estão ativos no cadastro, atualmente, 18 assistidos entre 0 e 24 anos com diagnóstico de leucemia. O GACC também atende mais de 90 crianças com diagnósticos de câncer e doenças hematológicas crônicas.
A entidade, localizada em Rio Claro no bairro Vila Paulista, existe há quase três décadas e auxilia o paciente durante o tratamento, por meio de acesso e retorno dos hospitais com segurança e conforto, permitindo, assim, que o convívio familiar não seja rompido nesse período em virtude de deslocamentos diários.
A entidade também oferece atendimentos às crianças de forma gratuita, como para consultas odontológicas, psicóloga e nutricionista, além de ofertas suplementações alimentares e medicações. Também tem parceria com óticas e tudo o que não é fornecido ou que não é possível obter através da rede pública de saúde em tempo hábil em termos de exames, próteses e órteses, o Gacc custeia ou encaminha para sua rede de médicos voluntários e clínicas parceiras.