Pesquisadores do Centro de Pesquisas em Biotecnologia CT-Vacinas, em Minas Gerais, finalizaram recentemente os ensaios clínicos de fase 2 de uma vacina contra a Covid-19 com resultados animadores. Testada em 319 voluntários ao longo de 12 meses, o imunizante, desenvolvido em parceria com a USP, se mostrou seguro e eficaz contra diferentes variantes do sars-cov-2. Agora os cientistas aguardam o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a terceira fase de testes em humanos, que será feita em cerca de 5 mil participantes. O objetivo é confirmar as evidências preliminares coletadas nos ensaios anteriores.
A SpiN-Tec, como foi chamada, começou a ser idealizada em 2020, quando a imunologista Julia Teixeira de Castro iniciou o seu doutorado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Inicialmente, Julia trabalhava no desenvolvimento de uma vacina contra a doença de Chagas mas, por conta do aumento de casos de covid-19, seus esforços foram redirecionados. A partir daí, a pesquisadora trabalhou na criação de um imunizante totalmente nacional que oferecesse proteção independentemente do surgimento de novas variantes.
“O que fizemos foi desenhar uma vacina que induz majoritariamente uma imunidade celular, que é uma imunidade capaz de identificar regiões do vírus mesmo após o surgimento de mutações”, explica Julia ao Jornal da USP. No caso, esta vacina de proteína recombinante induz a uma resposta mediada pelos linfócitos T, um tipo de célula de defesa do sistema imunológico que é ativada contra invasores intracelulares, como os vírus.