O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação.

Jaime Leitão

As melhores cabeças da ciência brasileira estão indo embora por falta de recursos para desenvolver as suas pesquisas e os seus projetos. Temos ótimos cientistas que gostariam de permanecer aqui, mas que não veem perspectivas favoráveis para que isso aconteça. Essa fuga de cérebros vem se acelerando cada vez mais.

Um país, com a nossa biodiversidade, uma das maiores e mais ricas do mundo, que poderia servir de matéria-prima para inúmeras descobertas científicas, vê esse conhecimento desperdiçado por falta de visão do governo. Cada vez mais são cortadas verbas essenciais para as pesquisas, fazendo com que o Brasil permaneça na condição de país atrasado nessa área, deixando de lucrar por descobrir novos medicamentos e entrar na linha de frente, avançando, não regredindo a um passado distante, que é o que está acontecendo.

Quando alguém pergunta por que o Brasil nunca teve um cientista premiado com o Nobel, a resposta é simples: – A razão é a falta de investimento nessa área tão fundamental.

Muitos cientistas que ganham Nobel não são norte-americanos ou britânicos, mas imigrantes que receberam nesses países o apoio que não tiveram em seus países de origem.

Cada cientista que perdemos para uma universidade norte-americana ou de um país da Europa representa uma perda incalculável, nos colocando cada vez mais no beco do atraso e do negacionismo. Tem saída esse beco? Saída tem, mas não com esse governo, especializado em desmontar a ciência, a arte, a cultura como um todo. Um verdadeiro e trágico desastre para as novas e futuras gerações.

O Brasil é o grande perdedor. Tinha tudo para dar certo, mas está dando errado por incompetência, negligência e visão curtíssima e distorcida da realidade.

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