População carcerária do estado de SP é a menor em sete anos

ROGÉRIO PAGNAN – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O sistema prisional de São Paulo teve uma redução de quase 18 mil presos desde maio do ano passado e atingiu, neste mês de setembro, sua menor população em sete anos. São hoje 216 mil pessoas nas 176 unidades do estado, ante 234 mil encarceradas em maio de 2019, segundo dados da gestão João Doria (PSDB) obtidos pela reportagem.

Só essa população de 18 mil presos seria suficiente para encher 21 penitenciárias com capacidade para 847 vagas, a unidade padrão, e é superior à massa carcerária de 16 unidades da federação, como de Mato Grosso do Sul, que tinha 17.423 presos em dezembro de 2019, segundo números do governo federal.

A queda, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, pode ser atribuída a uma série de fatores, entre eles os efeitos da pandemia do novo coronavírus. Decisões judiciais levaram à soltura de presos em situação de risco; além disso, as atividades criminais tiveram forte queda nos meses de isolamento social.

Sobre este último fator, o número de pessoas presas pela polícia paulista despencou 25,2% de janeiro a julho deste ano. Foram 95 mil homens e mulheres presos nesses meses, ou cerca de 32 mil prisões a menos que as 127 mil efetuadas no mesmo período de 2019.

Os efeitos da pandemia são visíveis quando se observa que as maiores quedas se deram em abril e maio, quando a quarentena era mais intensa. Em maio, por exemplo, a retração de pessoas presas chegou a 38,5%. Em 2019, no mesmo mês, a polícia prendeu 19.305 pessoas, ante 11.878 neste ano.

Conforme o jornal Folha de S.Paulo mostrou em abril, os crimes patrimoniais caíram até 65% nos primeiros 15 dias da quarentena decretada pela gestão João Doria (PSDB) em março. Os furtos em geral tiveram redução de 27.429 para 9.622 casos.

A redução, porém, não pode ser creditada somente à pandemia, já que a pasta vinha notando redução gradativa dos registros de crimes desde o segundo semestre de 2019.

Para o secretário da Administração Penitenciária, Nivaldo Restivo, a pandemia tem, de fato, parcela nessa redução, mas, para ele, um fator ainda mais importante é o trabalho do Poder Judiciário.

“O decisivo, no meu entendimento, é analise das execuções por parte do Judiciário. É algo que já estava sendo observado antes da pandemia, desde o ano passado. A tecnologia acabou, ao meu ver, agilizando a análise de processos”, disse.

Para ele, contribuiu para a redução na população carcerária a resolução do CNJ que determinou a soltura de presos do grupo de risco. Segundo dados da Administração Penitenciária, até esta semana 5.535 pessoas conseguiram deixar o sistema prisional por determinação da Justiça.

Para a advogada Priscila Pamela dos Santos, presidente da comissão de Política Criminal e Penitenciária da OAB São Paulo, o número de presos do grupo de risco da Covid-19 que poderiam ter sido colocados em liberdade ou regime semiaberto chega a quase 30 mil.

“O Tribunal de Justiça de São Paulo tem indeferido a maior parte dos pedidos de soltura ou de conversão em prisão domiciliar, mesmo para as pessoas comprovadamente do grupo de risco”, disse.

Para ela, a redução do número de presos está ligada à pandemia. “O que ocorre é que ao mesmo tempo que saem, nós vamos colocando muitas pessoas dentro do sistema. Então, a conta não fecha. Saiu um, a gente coloca três. Como houve essa queda [da atividade criminal], especialmente nos crimes patrimoniais, roubo e furtos, que levam as pessoas à situação de prisão, consequentemente a balança conseguiu, de alguma forma, pender para o lado de queda.”

Para o sociólogo Luís Flávio Sapori, estudioso do sistema prisional brasileiro, a redução da massa prisional em São Paulo se deve muito à diretriz do CNJ, que, para ele, vem se demonstrando a acertada.

“Foi uma medida que acabou diminuindo a tensão nos presídios, porque diminuiu os riscos de contaminação, e não houve, ao contrário do que poderia imaginar, uma explosão da criminalidade e da violência em função disso. E nós não tivemos uma explosão de infecção e mortes no sistema prisional até o momento”, disse ele, que também aponta a proibição de visitas como fator para que tenham ocorrido poucas mortes nas prisões.

Para o estudioso, a quantidade de pessoas nas ruas reduziu o número de crimes, até porque, segundo ele, os infratores tiveram menos oportunidades. “Essa redução é momentânea, conjuntural. A tendência no segundo semestre é retornar os padrões pré-pandemia, até porque flexibilização está acentuada em São Paulo e no país como todo.”

Para o secretário-executivo da Polícia Militar de São Paulo, coronel da reserva Álvaro Camilo, a queda no número de prisões está ligada ao distanciamento social das pessoas por causa da pandemia.

Ele diz ainda que estudos em desenvolvimento pela pasta não apontam para uma explosão da criminalidade quando houver um retorno total das atividades econômicas, “porque não haverá um marco, a pandemia não irá acabar de um dia para o outro”.

VÍDEO: Após ação da prefeitura, morador de rua fica sem seus pertences

Ronildo Reis da Costa, 56 anos, morador em situação de rua, teve seus pertences levados na quarta-feira (24), após uma ação da Prefeitura Municipal por intermédio da Secretaria de Segurança, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Sistema Viário. A sua ‘moradia’ que ficava na Avenida Marginal entre as avenidas 33 e 35, Cidade Jardim, próximo a linha férrea, foi levada por uma equipe do Cata-Bagulho.

“Moro há 2 anos nesse local e nunca tive nenhum problema com nenhum morador da região. E na quarta-feira de manhã simplesmente vieram até aqui quando eu não estava e levaram a minha barraca, cobertor, travesseiro entre outros”, comenta Ronildo que relatou que iria até a Prefeitura para reaver os seus pertences.

Morado da região, Matheus Fischer, contou que ele e os demais vizinhos sempre o ajudam com comida, água, coberta e que até recentemente uma pessoa havia doado para Ronildo uma lona impermeável nova que também foi levada nessa operação. “Tem uma pessoa que mora passando a linha férrea que todos os dias deixa ele tomar banho. Deixaram ele apenas com a roupa do corpo” fala Fischer, dizendo que de quarta-feira para quinta-feira o senhor Ronildo dormiu no relento, apenas com uma coberta e um travesseiro que um outro morador doou.

As pessoas que quiserem ajudar o senhor Ronildo com roupas, alimentos, entre outras coisas, podem entrar em contato com Matheus Fischer pelo telefone (19)983425529.

Nota

A Secretaria de Segurança, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Sistema Viário encaminhou nota na quarta-feira (24) informando que a operação foi voltada a dar assistência a moradores em situação de rua foi realizada em Rio Claro na tarde de quarta-feira (23).

Profissionais que atuam na Guarda Civil Municipal e Instituto Viver e Conviver percorreram vários locais do município com o intuito de orientar e direcionar essas pessoas a locais específicos para os cuidados com a saúde e asseio pessoal. Uma equipe do Cata-Bagulho acompanhou os trabalhos para levar os pertences daqueles que aceitaram o acolhimento.

Rio Claro tem atualmente 69 moradores em situação de rua.

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Ronildo dormiu ao relento de ontem (23) para hoje (24)

RC é alvo da Polícia Federal em operação de comércio ilegal de diamantes

A Polícia Federal cumpre na manhã desta quinta-feira (24) dois mandados de busca e apreensão em dois endereços distintos na cidade de Rio Claro, que está na lista da rota da exploração e comércio ilegais de diamantes extraídos ilegalmente da Terra Indígena Roosevelt, em Rondônia.

A informação foi confirmada à reportagem do Jornal Cidade pelo delegado Mateus Arcas, da Polícia Federal de Porto Velho (RO): “A “Operação Crassa” ainda está em andamento porém o que já sabemos é que em Rio Claro foram apreendidos documentos, celulares e algumas pedras preciosas. Existem no município pessoas ligadas a esse esquema e tudo o que foi apreendido será de fundamental importância para acabarmos com essa organização criminosa”, afirmou a autoridade.

Outros 51 mandados são cumpridos por um efetivo de 150 policiais nos estados de Rondônia, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Roraima e o Distrito Federal.

A investigação teve início em 2018, com a prisão em flagrante de três indivíduos em posse de diversas pedras de diamante, que haviam se deslocado de São Paulo a Rondônia para adquiri-las. Na ocasião, admitiram que os diamantes eram da Reserva Roosevelt.

Durante as investigações, houve êxito na identificação do esquema criminoso, que conta com a participação de garimpeiros, lideranças indígenas, financiadores do garimpo, avaliadores, comerciantes e intermediadores, que estabelecem a conexão entre os fornecedores e o mercado consumidor nacional e internacional.

Dentre os crimes investigados estão organização criminosa, usurpação de bens da União e lavagem de dinheiro.

O termo Crassa remete ao estado bruto dos diamantes, tendo sido identificado no início das investigações a referência Bruto ao lado dos contatos relacionados a garimpeiros e intermediários do comércio ilegal do mineral na agenda dos indivíduos presos em flagrante.

R$ 4 milhões: testemunhas novamente não comparecem à Comissão Processante

As duas testemunhas de acusação chamadas para as oitivas desta quinta-feira (24) da Comissão Processante da Câmara Municipal de Rio Claro que investiga a compra de R$ 4 milhões em EPIs pela prefeitura não compareceram para dar seus depoimentos.

Para esta manhã, eram aguardadas as presenças de Maurício Silva Souza (proprietário da empresa que vendeu os equipamentos) e de Wilson da Silva Cleto, suposto verdadeiro dono da empresa. No caso de Souza, a comissão não recebeu documento de justificativa da ausência, e houve até questionamento por parte de integrantes sobre a forma de intimação para a presença na oitiva. Já Cleto enviou uma justificativa de que está isolamento devido à Covid-19. É a segunda vez em que são convocados e não comparecem.

No período da tarde, às 14h30, uma nova oitiva contará com a participação do procurador do Ministério Público de Contas do Estado de São Paulo, José Mendes Neto. Acompanhe a transmissão ao vivo no Facebook do Jornal Cidade.

Sinovac quer distribuir vacina na América do Sul junto com Butantan

AGÊNCIA BRASIL

A chinesa Sinovac Biotech espera fornecer sua vacina experimental contra a covid-19 para mais países sul-americanos ao terceirizar alguns processos de fabricação para o Instituto Butantan, ligado ao governo do estado de São Paulo, disse o presidente executivo da companhia, Yin Weidong, nesta quinta-feira (24).blankblank

Fabricantes globais de vacina, como a Sinovac e a AstraZeneca, fizeram parcerias para a realização de testes clínicos em estágio avançado de seus produtos no Brasil, que tem o terceiro maior número de infectados do mundo.

A Sinovac planeja fornecer produtos semifinalizados ao Butantan, que fará a formulação e o envase para o fornecimento da vacina a outros países sul-americanos, disse Yin Weidong, em entrevista coletiva.

A China incluiu a candidata a vacina da Sinovac, a CoronaVac, em seu programa de uso emergencial lançado em julho, mas os testes em estágio avançado no exterior ainda não foram concluídos, o que levantou dúvidas em relação à segurança entre especialistas.

Nessa quarta-feira (23), o governador de São Paulo, João Doria, disse que dos 50 mil voluntários que participaram de testes com a CoronaVac na China, 94,7% não apresentaram qualquer reação adversa e que, no Brasil, até o momento, nenhum voluntário que participa do estudo teve qualquer efeito colateral. Ele espera que a imunização comece em São Paulo em dezembro.

Yin disse que a Sinovac está disposta a colaborar e compartilhar dados com outros países sobre o uso emergencial da vacina, se eles precisarem de programas desse tipo. Acrescentou que a empresa mantém conversas com o Chile e com outros países para a realização de estudos clínicos de Fase 3, mesma etapa que está sendo feita no Brasil e que é a última antes do pedido de registro nos órgãos reguladores.

“Diferentes países têm suas próprias opções sobre autorização para uso emergencial”, disse Yin, acrescentando não saber se eles seguirão o exemplo da China.

Incêndio é registrado em apartamento no Jardim das Nações

Um princípio de incêndio foi registrado em um apartamento no Jardim das Nações na tarde desta quarta-feira (23). De acordo com o Corpo de Bombeiros, que atuou na ocorrência, as chamas atingiram o banheiro de um apartamento no quarto andar de um dos blocos do Condomínio Espanha. O fogo foi combatido pelos próprios moradores do local e já havia sido apagado quando os bombeiros chegaram.

Ainda segundo a corporação, danos estruturais graves não foram detectados. As informações são de que apenas bens que estavam no banheiro, parte da fiação e dos encanamentos do apartamento foram danificados. Ninguém se feriu em decorrência das chamas.

De acordo com a titular da Secretaria Municipal da Habitação, Luana Pezzotti, a informação do síndico do condomínio é a de que teria ocorrido um desentendimento entre o casal residente no imóvel. “Foi registrado um boletim de ocorrência, a Defesa Civil também esteve presente para avaliar as condições do imóvel e apresentará um laudo para verificarmos de que forma poderemos atuar”, comunica.

Primeiros grupos de profissionais da saúde devem ser vacinados contra Covid-19 em dezembro, diz Doria

MATHEUS MOREIRA – SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Primeiros grupos de profissionais da saúde do estado de São Paulo devem ser vacinados contra o novo coronavírus na segunda quinzena de dezembro, de acordo com o governador João Doria (PSDB).

O governador indica ainda que o Ministério da Saúde aprovou, nesta quarta (23), aporte de 80 milhões para a nova fábrica da vacina CoronaVac, do Instituto Butantã.

O estado receberá as primeiras 5 milhões de doses da vacina ainda em outubro. As doses, de aplicação única, ficarão armazenadas até que a Secretaria de Saúde, o Ministério da Saúde e a Anvisa aprovem o imunizante.

Doria afirma, ainda, que até 31 de dezembro o estado receberá mais 40 milhões de doses, chegando a 60 milhões em 28 de fevereiro. “Já fizemos negociações com o Ministério da Saúde para a compra de mais 40 milhões de doses da vacina”, completou.

Após a imunização dos profissionais da saúde, devem ser vacinados os pacientes que fazem parte dos grupos de risco da doença: idosos e pessoas com doenças crônicas. Na sequência, de acordo com o governo, devem ser imunizados agentes de segurança, profissionais da educação e a população indígena.

O acordo firmado entre o Instituto Butantã e o laboratório Sinovac, empresa chinesa responsável pela CoronaVac, prevê a transferência de tecnologia para que o instituto brasileiro possa produzir novas doses. A expectativa é de que seja possível fabricar doses para todo o país.

O registro da vacina na Anvisa deve acontecer após o dia 15 de outubro, quando houver novos resultados dos testes de fase três.

Até esta quarta, o imunizante não apresentou efeitos adversos expressivos. O governo estadual indica que 94,7% das 50 mil pessoas que receberam doses da vacina na China não manifestaram nenhum efeito adverso. No Brasil, nenhum dos 5.600 profissionais da saúde que participaram do ensaio clínico apresentaram efeito adverso.

Entre os 5,3% que tiveram reações a vacina, a maior parte apresentou dor no local de aplicação (3%), fadiga (1,5%) e febre (0,2%).

Sobre a duração da imunização proporcionada pela CoronaVac, o representante da Sinovac para a América do Sul, Xing Han, disse que ainda são necessárias maiores informações para determinar a duração da imunização.

“A pandemia é recente e a fase três começou em julho, ainda não temos dados suficientes para afirmar qual o tempo de imunização. Porém, a tecnologia usada para a CoronaVac já é utilizada há muito tempo e a imunização [pode] dura mais tempo”, disse.

Nesta quarta, Han afirmou que não sentiu qualquer efeito após ter tomado a vacina. “É a mesma que está sendo testada em São Paulo”.

Eleições: MDB Rio Claro registra 29 candidatos a vereador(a)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizou na tarde desta quarta-feira (23) o sistema de Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais para a eleição 2020. Rio Claro passa a ter o primeiro registro de candidatos através do partido MDB, com 29 nomes à Câmara Municipal. O prazo para os diretórios cadastrarem as candidaturas segue até este sábado (26) e o Jornal Cidade seguirá acompanhando para divulgar todos os postulantes conforme liberação no sistema. Confira a seguir a lista atualizada por ordem alfabética com nome de registro e nome completo.

ADRIANE BRANDANI – Adriane Cristina de Oliveira Brandani

BENEVIDES DORLI – Jose Valdeci Benevides

BRUNO H S OLIVEIRA – Bruno Henrique Souza de Oliveira

CARLÃO RABELO – João Carlos Rabelo

CARLOS XAXIM – Carlos Rafael Martins Ribeiro

CARMO ENFERMEIRO – Antonio Do Carmo Alves

CREUSA SILVA – Creusa Aparecida Oliveira Da Silva

DANI PIMENTA – Daniele Karina Coenca Alves Pimenta

DEIA DA EDUCAÇÃO – Andreia Da Conceição Da Silva

DRA KENIA – Kenia Lira Sciascio

ELISANGELA ASSISTENTE SOCIAL – Elisangela Dos Santos

ENFERMEIRA NADIA – Nadia Maria Augusta De Oliveira Joaquim

EVALDO CABELO – Evaldo Adriano Gonçalves

GEAN DO UBER – Francisco Gean Alves Da Silva          

GERALDO VOLUNTÁRIO – Geraldo Luis De Moraes

HERNANI LEONHARDT – Hernani Alberto Monaco Leonhardt

JUNIOR MOURA – Waldomiro Vicente De Moura Junior

LUIZ CARLOS FRIOL CABEÇÃO – Luiz Carlos Friol 

LUZIA OLIVEIRA – Luzia Dos Anjos De Oliveira

NATHAN DIAS – Nathan De Castro Dias

PRISCILA RAMOS – Priscila Elen Da Silva Ramos

PROFESSOR NILSON –  Nilson Rosin Filho

RAQUEL CARDOSO PROTETORA  –  Raquel Cardoso De Souza  

RONALD  –  Ronald De Lima  

SERGIO GUILHERME – Sergio Guilherme 

TÂNIA DA SAÚDE – Tânia Regina Revoltini

VALTER CABELEIREIRO – Valter Anesio Burani

WALTINHO – Walter Alves Da Silva

ZEZINHO DO POVO – Jose Reni Alves Da Silva

Rio Claro registrou 22 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas

Nenhuma morte decorrente da Covid-19 foi registrada em Rio Claro nas últimas 24 horas e o município mantém o número de 134 óbitos pela doença de acordo com o boletim da Secretaria Municipal de Saúde emitido nesta quarta-feira (23), que aponta ainda uma morte sob investigação. No período foram confirmados mais 22 casos de infecção pelo coronavírus, totalizando 4.655 casos até agora.

O boletim informa ainda que o município tem 30 pessoas hospitalizadas, 16 em leitos públicos e 14 em leitos privados. Treze pacientes estão em unidades de terapia intensiva, 11 pelo SUS e dois pela rede privada.

Até o momento 4.470 pessoas se recuperaram da Covid-19 em Rio Claro.

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Com aval de Bolsonaro, Guedes lança ofensiva pública por criação de nova CPMF

DANIEL CARVALHO E FÁBIO PUPO – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

Com aval do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o governo anunciou nesta quarta-feira (23) uma ofensiva para emplacar a criação de um imposto a ser cobrado amplamente nas operações de pagamento no país. A iniciativa coube ao ministro Paulo Guedes (Economia), ao lado de líderes do governo no Congresso.

Guedes falou na criação de “tributos alternativos” -eufemismo que o governo usa para a criação de uma nova CPMF- como solução para garantir a desoneração da folha de pagamento.

Ele também ligou o imposto ao financiamento do novo programa de renda mínima que será criado na PEC (proposta de emenda à Constituição) do Pacto Federativo, embora tal instrumento não garantiria o programa, visto que depende de corte de despesas por causa do teto de gastos.

“Queremos desonerar, queremos ajudar a buscar emprego, facilitar a criação de empregos, então vamos fazer um programa de substituição tributária”, disse Guedes.

“Temos que desonerar folha, por isso a gente precisa de tributos alternativos, para desonerar folha e ajudar a criar empregos e renda a mesma coisa. Vimos a importância do auxílio emergencial, como isso ajudou a manter o Brasil respirando e atravessando essa onda da crise. Temos que também fazer uma aterrisagem suave do programa de auxílio emergencial”, afirmou o ministro sem responder a perguntas.

Desde o fim de semana, os líderes partidários vinham articulando com o Congresso uma proposta de reforma tributária que contenha uma desoneração ampla das folhas de salários. Guedes planeja compensar a perda de receitas com a criação do novo imposto.

“Queremos criar renda? Sim. Então, vamos ter que fazer”, afirmou ele no Palácio do Planalto, após reunião com o presidente.

A iniciativa também é peça da negociação com parlamentares para manter o veto de Bolsonaro à desoneração de 17 setores. Nos bastidores, Guedes também pretende usar a CPMF como moeda de troca para a desoneração de igrejas (que também foi alvo de veto do presidente).

Segundo Guedes, a proposta será debatida com os líderes e com os presidentes de Câmara e Senado. “Os textos estão sendo submetidos, vão passar para apreciação dos líderes e vamos encaminhar também para a comissão mista”, afirmou.

O ministro disse ainda que a proposta do Pacto Federativo também será encaminhada após alinhamento com líderes partidários e Bolsonaro.

A proposta está nas mãos do senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator do texto, que pretende eliminar pisos de saúde e educação no país. Guedes apoia a medida e usa como argumento a devolução do Orçamento público às mãos dos políticos.

“O Pacto Federativo é a devolução do Orçamento público à classe politica, a classe politica que decide”, afirmou.

A equipe de Guedes já tinha formulado uma versão inicial do Pacto Federativo. Em novembro de 2019, o texto foi apresentado ao Congresso no Plano Mais Brasil.

“Eram três versões, elas estão sendo consolidadas agora. E o relator está fazendo um excelente trabalho, está submetendo à aprovação do presidente, vendo onde há acordo, onde não há acordo, e isso vai ser encaminhado”, afirmou Guedes.

Relator da PEC do Pacto Federativo, Bittar foi um passo além nos objetivos do texto de desobrigar, desvincular e desindexar diferentes despesas.

Seu relatório sobre a PEC está praticamente pronto. Durante o fim de semana, em um dos trechos mais importantes, Bittar elimina o piso de recursos para saúde e educação no país (a proposta do governo apenas somava os dois pisos, permitindo ao governante mover recursos entre uma e outra área).

Hoje, a Constituição obriga a União a destinar às duas áreas o montante aplicado no ano anterior mais a inflação. Estados e municípios também têm pisos, ligados à receita arrecadada.

Guedes defende a medida dizendo que o aumento pela inflação não protege a população. “A ação política é muito mais importante do que um dinheiro carimbado que corrige 1,6% [o mínimo para a saúde]. Da mesma forma a educação brasileira”, afirmou.

“A classe política brasileira está recuperando a decisão sobre os orçamentos públicos. O pacto federativo é devolver os orçamentos públicos à responsabilidade da classe politica. Isso que estamos fazendo”, disse.

Guedes aproveitou para reafirmar sua tese de que a atividade do Brasil está voltando em V. “O Cogresso é reformista, o presidente está dando apoio às reformas, já mandamos a administrativa e vamos mandar a tributária. E o Pacto Federativo está entrando”, disse. “Estamos costurando esses acordos, construindo a solução”, afirmou.

Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, pretende testar as propostas do Pacto e da reforma tributária até a próxima semana e avaliar a viabilidade das propostas do governo em conversas com líderes e com Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente.

Barros disse que o governo não abrirá mão da responsabilidade fiscal.

“Reafirmamos nosso compromisso com o teto de gastos e o rigor fiscal. Nenhuma proposta que será encaminhada vai tratar desta questão. Estamos buscando dentro do Orçamento recursos para poder avançar nos programas e, se houver a necessidade, faremos uma substituição de tributação”, disse o líder.

“Não tem aumento de carga tributária, tem compromisso com o teto de gastos e com o rigor fiscal”, afirmou Barros.

A criação de um novo imposto nos moldes da antiga CPMF, porém, encontra resistências declaradas, como a do presidente da Câmara e do presidente da comissão da reforma tributária, senador Roberto Rocha (PSDB-MA).

Ao chegar para outra reunião no Palácio do Planalto, Rocha disse aos jornalistas que um imposto sobre transações digitais é um assunto que não está em discussão no Legislativo e que, apesar de estar sendo priorizado pelo governo, não deve sequer chegar aos parlamentares.

“É muito delicado este assunto. Pode, de algum modo, contaminar a reforma. Não há ambiente político para discutir este assunto”, disse Rocha.

Para o senador, é mais viável seguir com a proposta que está em curso no Parlamento. Ele disse que o relatório do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) será apresentado ao colegiado na próxima semana, haverá concessão de vista coletiva e o texto será votado na comissão em 7 de outubro.

Em linhas gerais, a proposta que está no Congresso prevê a fusão de cinco impostos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) em um só, chamado de IBS (Imposto sobre Bens e Serviços).

Barros disse que a ideia do governo é que as propostas para serem inseridas nas PECs da reforma tributária e do Pacto Federativo sejam apresentadas na semana que vem.

Responsável no Planalto pela relação com o Congresso, o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) minimizou a oposição de Roberto Rocha. “Cada um tem uma opinião”, disse à Folha.

“Temos articulação política”, disse Guedes, duas vezes seguidas, após a resposta de Ramos.

A assessora especial do Ministério da Economia Vanessa Canado afirmou no mês passado que o novo imposto sobre pagamentos sendo desenhado pelo governo não taxaria apenas operações digitais, mas todas as transações da economia.

“Para ser um tributo de base ampla, obviamente ele não captura só as transações digitais. Tem que capturar todas as transações da economia”, afirmou Canado durante evento virtual.

Apesar de rechaçar a comparação com a CPMF, o Ministério da Economia ainda não apresentou formalmente os detalhes da nova cobrança para mostrar quais exatamente seriam as diferenças em relação à antiga CPMF.

Até hoje, o momento em que a ideia do novo imposto foi comentada com mais detalhes publicamente foi em setembro de 2019, durante apresentação da Receita Federal em seminário sobre o tema.

Ali, foi revelado que o governo planejava taxar até saques e depósitos em dinheiro com uma alíquota inicial de 0,4%. Já para pagamentos no débito e no crédito, a alíquota seria de 0,2% (para cada lado da operação, pagador e recebedor).

Na ocasião, a própria Receita Federal fez uma análise do comportamento do novo tributo tendo como base a antiga CPMF, o que comprovou a semelhança. Após a repercussão da apresentação, o então secretário especial da Receita (Marcos Cintra) foi demitido.

Agora, os cálculos da Economia apontam para uma alíquota de 0,2%, dos dois lados da operação, e uma arrecadação potencial de R$ 120 bilhões.

Jornal Cidade RC
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