Daniel Marcolino, de Rio Claro, esteve na mesma avenida há duas semanas

Lucas Calore

Mais de 80 mortes confirmadas após homem atropelar com caminhão multidão em avenida movimentada em Nice, na França. (Foto: REUTERS/Pascal Rossignol)
Mais de 80 mortes confirmadas após homem atropelar com caminhão multidão em avenida movimentada em Nice, na França. (Foto: REUTERS/Pascal Rossignol)

O clima na França é de apreensão entre a população. O ataque ocorrido na noite de quinta-feira (14) na cidade de Nice, ao sul do país, deixou 84 pessoas mortas. Mais de 200 pessoas ficaram feridas e, ao menos, outras 50 estão “entre a vida e a morte”, de acordo com declaração do presidente francês, François Hollande, para a imprensa nessa sexta-feira (15).

Mohamed Lahouaiej Bouhlel, um tunisiano de 31 anos, foi morto e é apontado como o motorista do caminhão que atropelou vítimas por dois quilômetros na avenida à beira-mar Promenade des Anglais.

“É toda a França que está sob a ameaça do terrorismo islâmico. Então, nessas circunstâncias, nós devemos fazer a demonstração de uma vigilância absoluta e de uma determinação contínua”, disse o chefe de Estado francês.

Uma menina de seis anos, filha de uma brasileira, morreu no atentado. A família de Elizabeth Cristina de Assis Ribeiro, mãe da criança, ainda não sabe o paradeiro da mulher.

Estado Islâmico

Na manhã deste sábado (16), a Agência Amaq, ligada ao Estado Islâmico, divulgou que o grupo terrorista reivindicou o ataque. “O autor da operação é um soldado do Estado Islâmico. Executou a operação em resposta aos chamados para atacar cidadãos dos países da coalizão internacional que lutam contra o EI no Iraque e na Síria”, afirmou a Amaq.

Apreensão

Daniel Marcolino, de Rio Claro, esteve na mesma avenida há duas semanas
Daniel Marcolino, de Rio Claro, esteve na mesma avenida há duas semanas

O jornalista rio-clarense Daniel Marcolino, de 27 anos, reside na França desde 2013. Há duas semanas ele esteve em Nice, onde viaja com frequência para visitar amigos. Segundo ele, o local é muito frequentado por turistas do mundo todo.

Daniel mora em Toulouse, a uma hora de avião de Nice. O jovem se diz chocado com o ataque. “Esse é o tipo de tragédia que não deveria acontecer nem aqui, nem em lugar algum”, publicou em uma rede social. Ele comenta que luto de três dias foi decretado para todo país e a população de Nice foi alertada a ficar em casa.

O jornalista diz que grande parte dos franceses que conhece está cada vez mais intolerante ao islamismo. “Não há muito diálogo entre as diferentes culturas e origens. O medo e a xenofobia parecem crescer”, afirma.

Atentados

Desde janeiro de 2015 que a França tem sido alvo frequente. Naquele mês, jornalistas do jornal Charlie Hebdo foram mortos. Em novembro, o pior ataque da história do país resultou na morte de 130 pessoas e mais de 350 feridos, principalmente em Paris.

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