Vereadores comentam caso e pedem convocação de envolvidos para explicações à população
O prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) exonerou nessa segunda-feira (16) Carol Gomes do cargo de secretária municipal de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Rio Claro. O fato se dá diante da repercussão da denúncia do Ministério Público, ofertada contra a ex-vereadora, por suposto ato de injúria racial e abuso de autoridade que teriam sido cometidos na UPA do Cervezão.
Vereadores da Câmara Municipal, incluindo da própria base governista, além de vários outros setores da sociedade pressionaram pelo afastamento da então secretária do cargo até que a investigação seja concluída. De acordo com o presidente do Podemos, partido de Carol, vereador Emílio Cerri, uma reunião foi realizada ontem e a exoneração foi acertada. Na sessão dessa segunda, o fato tomou grande proporção e o líder do governo, Serginho Carnevale (PSD), confirmou sua exoneração.
O vereador Sivaldo Faísca (PL) solicitou à Comissão de Administração Pública, presidida por Hernani Leonhardt (MDB), a convocação de Carol, o ex-vigilante Jeferson Emygdio, que acusa a agora ex-secretária e representantes da Fundação Municipal de Saúde para explicar o por que da demissão do ex-funcionário após o caso envolvendo a então vereadora no ano passado, mas que virou denúncia no MP somente na semana passada.
Elias Custódio, líder do PSD, apresentou moção, aprovada pelos demais, em conjunto com Eric Tatu (PSD) e Sivaldo, posteriormente assinada por todos os outros vereadores, em repúdio a todo ato de injúria racial e abuso de poder cometido por agentes públicos, com apoio do Conselho Municipal da Comunidade Negra de Rio Claro. Tatu levou uma moção também de repúdio da escola de samba Grasifs em solidariedade ao ex-vigilante.
Tanto Tatu quanto Elias utilizaram a tribuna para manifestar repúdio ao caso com a ex-secretária. Moisés Marques (PL) também teve requerimento pedindo o afastamento de Carol. Foram vários os vereadores que se manifestaram em repercussão à denúncia e lamentaram o suposto ato racista, além de Sivaldo, Elias, Tatu e Moisés, também Val Demarchi (PL), Rafael Andreeta (Republicanos) – também apresentou pedido pela exoneração de Gomes – e Adriano La Torre (PP), que leu as moções e o pedido por providências protocolado em conjunto pelo Sindicato dos Químicos, Movimento Negro Unificado, diretório do PSB Rio Claro e pelo advogado Nivaldo da Silva Junior.
Na semana passada, a ex-vereadora Carol Gomes afirmou ao JC ter se surpreendido com a denúncia e que o inquérito policial apontaria falta de evidências. “Foi um grave engano. A justiça prevalecerá, provando em Juízo que a vítima fui eu. Estou inteiramente à disposição para provar minha inocência”, disse. A defesa do ex-vigilante também afirmou confiar na Justiça e que os atos serão responsabilizados pela Justiça.