Arquiteto de vanguarda

Por Jaime Leitão

Um dos mais importantes arquitetos brasileiros de todos os tempos, Ruy Ohtake morreu no último sábado, em São Paulo, aos 83 anos.

Ohtake, além de ousado e extremamente criativo ao utilizar linhas sinuosas para desenvolver os seus inúmeros projetos, com muitas cores, possuía uma visão humanista da arquitetura, voltada para o social.

Os prédios de formato redondo, apelidados de redondinhos, concebidos por ele na favela de Heliópolis, são acolhedores, ao contrário da maioria das casas e apartamentos populares, construídos de forma fria, e muitas vezes com problemas estruturais.

Ruy Ohtake é reconhecido internacionalmente pelo seu trabalho. Para ele, o arquiteto, como todo artista, deve possuir um inconformismo que possibilite a ele ir além das convenções e contribuir para a construção de uma sociedade mais igualitária e menos excludente.

Filho de uma das mais extraordinárias artistas plásticas do nosso abstracionismo, Tomie Ohtake, que faleceu aos 101 anos, Ruy criou instituto que traz o nome de sua mãe, que abriga pinturas, esculturas e instalações dos principais artistas do Brasil e também do exterior.

O Instituto Tomie Ohtake oferece cursos de arte: pintura, gravura, escultura e é um dos espaços mais aconchegantes de São Paulo. Tanto a arquitetura do prédio quanto as obras expostas lá nos envolvem e nos abraçam. Não dá vontade de ir embora.

(O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação – [email protected])

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