Cem Anos Depois

Por Jaime Leitão

Cem anos depois da Semana de Arte Moderna, que aconteceu no Theatro Municipal de São Paulo, de 7 a 13 de fevereiro de 1922, ainda esse evento artístico extraordinário  provoca muita análise e discussão.

Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Ronald de Carvalho, Raul Bopp, Guilherme de Almeida,  na literatura; Di Cavalcanti, Vicente do Rêgo Monteiro, Anita   Malfatti , nas artes plásticas; Villa Lobos e Guiomar Novaes , na música, foram os protagonistas dessa semana que colocou o Brasil, na arte e na cultura, no século 20.

Monteiro Lobato e outros escritores conservadores reagiram ao movimento, que rendeu aplausos de jovens sedentos de mergulhar no novo e vaias daqueles que insistiam em permanecer presos ao passado , a uma visão parnasiana  do mundo e das artes.

Muitos livros estão sendo lançados, trazendo análises, cartas, visões diferenciadas sobre a importância da Semana para renovar as artes plásticas, a literatura e a  música nas décadas que se sucederam.

Neste momento de obscurantismo que vivemos , é mais do que oportuno voltar cem anos no tempo e na irreverência da Semana para refrigerar    a nossa alma sedenta por novos rumos a partir do que aconteceu nesse evento que fez tremer as bases da nossa cultura, em São Paulo, com reflexos nas mais diversas regiões do país.

A arte não pode perecer , atacada por forças contrárias a ela. Cem anos depois da Semana de Arte Moderna, precisamos rever a Semana e buscar na arte, sempre  se renovando , a luz do novo que deve  nos iluminar com  ideias surpreendentes , que nos conduzam à reflexão e nos tirem da imobilidade.

O colaborador é cronista, poeta, autor teatral e professor de redação.

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